Violência Policial

Por entre cartazes contra a violência policial e bandeiras de Cabo Verde, a palavra de ordem mais ouvida na manifestação deste sábado foi “Justiça para Odair”.

Organização decidiu alterar o percurso da manifestação deste sábado, que será do Marquês de Pombal aos Restauradores, após as autoridades terem autorizado uma contramanifestação do Chega em direção ao Parlamento, o ponto de chegada inicialmente comunicado pelo Vida Justa. Bloco exigiu esclarecimentos à ministra e a Carlos Moedas sobre as comunicações recebidas dos organizadores e a avaliação de risco que levou à decisão de juntar as duas manifestações em São Bento.

Pedro Pinto incitou as polícias a disparar “mais a matar” em nome da “ordem”. Mariana Mortágua contrapõe que a polícia que atira a matar é a da ditadura e sublinha que nas declarações do deputado de extrema-direita há incitamento ao ódio. A PGR abriu um inquérito a este e a André Ventura.

A direção da PSP “reitera” o comunicado com uma versão na qual a vítima teria tentado agredir os agentes policiais com uma faca. As declarações destes, as imagens de videovigilância e quatro testemunhas contam uma história diferente. Estas acrescentam ainda que o INEM demorou mais de uma hora a chegar.

Bloco de Esquerda questiona ministra da Administração Interna sobre informações falsas partilhadas pela Direção Nacional da PSP, em contraste com factos partilhados pelos orgãos de comunicação social. Movimento Vida Justa convoca manifestação em Lisboa para sábado.

PSP clarifica que carro onde vítima circulava era do próprio. Agente da polícia contradiz versão da PSP e diz que Odair Moniz não estava armado.

Pela segunda noite consecutiva, a indignação com a morte de Odair Moniz, baleado pela PSP, tomou conta das ruas do bairro onde vivia e alastrou a outros bairros da Grande Lisboa. Bloco questionou ministra sobre o arrombamento da porta da casa de Odair, onde a família fazia o luto, por parte de agentes encapuzados.

Polícia de Segurança Pública cercou e interveio no bairro do Zambujal, onde os moradores protestavam nas ruas contra o baleamento de Odair Moniz. Coordenadora do Bloco de Esquerda fala em necessidade de apurar o que aconteceu e sublinha que agentes envolvidos devem passar a funções administrativas até que haja clareza.

Odair Moniz viajava no seu carro quando foi interpelado pela PSP. Acabou por morrer depois de baleado. Coordenadora do Bloco de Esquerda fala em necessidade de apurar o que aconteceu e sublinha que agentes envolvidos devem passar a funções administrativas até que haja clareza.

Manifestação e greve foram convocadas em protesto com resultados preliminares das eleições e com o assassinato violento de duas figuras próximas do candidato Venâncio Mondlane. Polícia tentou dispersar manifestantes com gás lacrimógeneo.

Em causa está uma agressão de 2014, num episódio em que o polícia em questão só foi demitido em 2023. Bloco quer saber porque é que o agente não foi suspenso ou transferido preventivamente e quantos polícias alvo de investigações e processos estão no ativo.

O Bangladesh está submerso no caos depois de a polícia ter usado meios repressivos e força ilegal contra manifestantes que reivindicavam o fim das cotas para os descendentes de "lutadores pela liberdade".

Este sábado, Cláudia Simões discursou na Festa de Diversidade e disse estar “pronta para ir até ao fim do mundo” para que se faça justiça por si e por todas as vítimas da violência policial racista.

Pela primeira vez foram cruzados os números das mortes às mãos da polícia e a origem étnico-racial das vítimas em Portugal. Uma pessoa cigana tem 43 vezes mais probabilidade de ser morta pela polícia, uma pessoa negra 21 vezes.

Solidariedade Imigrante de Beja lamenta que dos sete condenados pelas agressões e humilhações a imigrantes no posto da GNR de Milfontes, só dois acabem por cumprir prisão efetiva.

Presidente do Conselho Nacional de Chefes de Polícia reconheceu que as forças de segurança são institucionalmente racistas, e apelou a uma reforma profunda das políticas e práticas nacionais para eliminar a discriminação.

Esta quarta-feira, a mulher agredida por um agente da PSP na Amadora em janeiro de 2020 afirmou ao tribunal de Sintra ter receado pela sua vida e que ainda permanecem as marcas psicológicas do incidente em si e na sua filha.

No ano passado, a Inspeção Geral da Administração Interna recebeu cerca de quatro queixas por dia contra a atuação dos vários corpos policiais. E abriu mais do dobro dos processos disciplinares a agentes do que em 2021. Mas apenas aplicou 13 penas disciplinares.

Quatro dos sete condenados em janeiro viram a pena reduzida e um foi absolvido pelo Tribunal da Relação de Évora, que também levantou a proibição de voltarem a exercer funções na GNR. "O que mais é preciso para haver uma pena de prisão efetiva?", pergunta a Solidariedade Imigrante de Beja.