É por isso difícil de compreender o anúncio por parte da Secretária Regional da Educação de que o regulamento de concurso de pessoal docente irá ser revisto para prever, no futuro, o regresso da obrigatoriedade de permanência à “força” numa escola, desta vez por 5 anos.
O mundo está em rápida mudança e os mitos antigos não nos ajudam a entender este mundo novo. A esquerda não deve negar o sentimento de que algo na sociedade não está bem.
As forças democráticas devem encarar formas de se oporem ao avanço da extrema-direita, na política, na sociedade, na cultura e na economia, em conjunto, sem preconceitos, ultrapassando diferenças e sectarismos.
Tudo isto leva a que se levante uma questão - o primeiro-ministro está ao serviço destes casinos ou do país? Uma dúvida assim é absolutamente inaceitável.
Montenegro decidiu-se pelo tudo ou nada. Dada a situação, e excluída a hipótese da decência, que obrigaria o primeiro-ministro a renunciar sem se recandidatar, ele fez a opção menos arriscada.
Correr o risco de transformar os locais simbólicos do salazarismo em altares de romaria nostálgica sob o pretexto de os “interpretar”, parece-me totalmente fora de propósito.
Num ano de governo, o Governo do PSD/CDS conseguiu pegar num SNS já fragilizado e lançar o caos, para privatizar tudo o que conseguir. Perder o SNS é perder uma das principais conquistas que a democracia nos trouxe. Não deixaremos que esse dia chegue.
Além da re-militarização do continente, a Comissão Europeia desencadeou também um processo obscuro de reversão da legislação climático-ambiental vigente.
O mês de janeiro ficou marcado por uma colisão no Tejo entre um barco de pesca e uma embarcação de transporte de passageiros, que levou ao desaparecimento de dois jovens pescadores. Foi com sentido pesar que acompanhei este acontecimento que me levou a escrever sobre os pescadores da Trafaria.
As lideranças europeias querem “Rearmar a Europa” mobilizando 800 mil milhões de euros. O devaneio da loucura parece ter ainda uma outra razão mais prosaica: a corrida de todos às pedras raras, fundamentais às novas tecnologias. Afinal, a guerra continua a ser a política por outros meios!
Resta saber se o compromisso com uma campanha esclarecedora e fora da lama, com propostas e compromissos fortes, com a rejeição frontal desta zizânia indecorosa e pantanosa, reforçará a esquerda. Digo-vos que estou certo de que sim.