A manifestação deste sábado por justiça para Odair Moniz, por bairros sem violência policial e por justiça social para as pessoas dos bairros, que tinha sido convocada com destino à Assembleia da República, vai afinal descer a Avenida da Liberdade e terminar nos Restauradores. A hora e local da concentração mantêm-se às 15h no Marquês de Pombal.
A decisão foi anunciada esta sexta-feira pelo movimento Vida Justa, após o Chega ter anunciado uma contramanifestação a terminar também na Assembleia da República e as autoridades terem autorizado as duas manifestações a terminarem no mesmo local.
Esta decisão, no entender do Vida Justa, “é ilegal – por ter sido convocada primeiro a manifestação «Sem Justiça não há Paz» e não serem permitidas contramanifestações – e é irresponsável”, afirma o movimento em comunicado, condenando a decisão que justificou a alteração do local de destino da sua manifestação para a Praça dos Restauradores.
“Estamos cientes que o Chega, que defende que Portugal estaria melhor se os polícias matassem mais pessoas, está interessado em criar incidentes, mas a manifestação dos bairros é pacífica e responsável, mesmo quando as autoridades não o estão a ser”, acrescenta o Vida Justa, garantindo que este sábado “vamos ser muitos a marchar do Marquês aos Restauradores”.
Bloco exigiu esclarecimentos à ministra Margarida Blasco e a Carlos Moedas
Face à intenção manifestada pelas autoridades em permitir as duas manifestações em frente ao Parlamento, criando uma situação de risco de segurança, o grupo parlamentar do Bloco questionou a ministra da Administração Interna sobre o sucedido.
O Bloco quer ver esclarecido quando ocorreram as comunicações à Câmara de Lisboa, dado que a manifestação do Chega foi anunciada por André Ventura como resposta à manifestação do movimento Vida Justa, e também se a Câmara de Lisboa fez a avaliação do risco ou solicitou à PSP essa avaliação, bem como qual o conteúdo destes pareceres, caso existam.
Na reunião da vereação de Lisboa esta sexta-feira, o Bloco também solicitou respostas na reunião de Câmara sobre a decisão que provocou a mudança do percurso da manifestação “Sem Justiça não há Paz”, mas sem sucesso, entregando em seguida as mesmas questões em requerimento dirigido pela vereadora bloquista Beatriz Gomes Dias a Carlos Moedas.