Aborto

Deslocação de Portugal a Espanha para IVG é a segunda mais comum da Europa. Falta de acesso ao aborto em Portugal discrimina economicamente quem não tem possibilidades de atravessar a fronteira para procedimento médico.

Na Região Autónoma, só um hospital está a realizar IVG. As taxas de aborto são das mais baixas do país e as taxas de gravidez na adolescência das mais altas.

Para assinalar os 18 anos do referendo que despenalizou o aborto, mais de 200 profissionais de saúde subscrevem uma iniciativa com propostas para defender o acesso equitativo e seguro ao direito das mulheres à interrupção voluntária da gravidez.

O CNECV diz que para assegurar procedimentos como o aborto ou a eutanásia, a instituição de saúde deve poder ser autorizada a contratar profissionais que não sejam objetores de consciência.

Em entrevista ao Esquerda, a médica Maria José Alves fala dos avanços e dos limites da lei portuguesa e das dificuldades no SNS que têm criado obstáculos às mulheres para realizarem a interrupção voluntária da gravidez nos hospitais públicos.

Daniel Moura Borges

Além de ter escolhido um secretário de Estado anti-vacinas, o futuro presidente planeia desfinanciar o Obamacare, abrir ainda mais espaço para as empresas na saúde e dificultar o acesso ao aborto.

Candice Choo-Kang

Ainda não foi a aprovação final. Mas a Comissão de Constituição e Justiça deu luz verde a uma proposta de emenda constitucional que acabaria com as exceções prevista na lei do aborto no Brasil: risco de morte da mulher, gravidez por violação ou anencefalia fetal.

A candidata proposta pelo PSD não conseguiu sequer ter os votos de toda a direita. Fabian Figueiredo saudou o resultado que “conseguiu evitar que uma juíza que tem entendimento particularmente conservador e estranho à lei, o entendimento maioritário da sociedade portuguesa, vá assumir funções”.

Todos os anos, centenas de portuguesas recorrem a clínicas em Espanha porque em Portugal o direito ao aborto não é assegurado. Na União Europeia, apenas Portugal e a Croácia têm prazo de dez semanas. E os prazos estabelecidos na lei não são cumpridos por vários entraves que o Bloco quer resolver numa proposta apresentada há um mês.

Maria João Vaz Tomé foi questionada na audição por Fabian Figueiredo sobre as suas posições acerca da atual lei do aborto e da possibilidade de serem aprovadas leis a estender o prazo da IVG. A juíza respondeu que “há um conflito entre a vida intrauterina e o direito da mulher a dispor do seu corpo”. Para ser eleita, a juíza precisa também dos votos do PS.

O partido apresentou um projeto para garantir que a objeção de consciência não impossibilite o acesso ao aborto, para acabar com o período de reflexão, com a exigência da participação de dois médicos ao longo de todo o processo da IVG e para alargamento os prazos da IVG para as 14 semanas.

Nos últimos dias houve manifestações em várias cidades na sequência da votação-relâmpago da Câmara dos Deputados a ditar a urgência de uma proposta que faria a lei brasileira recuar 84 anos, condenando crianças vítimas de violação a serem mães ou a enfrentarem penas de prisão até 20 anos.

Cristiane Sampaio

A governante de extrema-direita e anfitriã da cimeira de Bari, no sul de Itália, conseguiu que a referência ao direito ao aborto, presente na declaração da cimeira anterior no Japão, fosse excluída do texto aprovado esta semana.

O parlamento polaco vota esta sexta-feira propostas para a despenalização do aborto até às 12 semanas. Numa votação histórica, o Parlamento Europeu recomenda a inclusão do direito ao aborto na Carta dos Direitos Fundamentais da UE.

Catarina Ramalho e Manuela Tavares alertam para os entraves no acesso ao aborto e assinalam como, nesta reta final de campanha, o 8 de Março se revela o que sempre foi: um dia de luta.

Por 267 votos a favor e apenas 50 contra, os senadores franceses aprovaram a proposta de inscrever o direito ao aborto no conjunto de garantias constitucionais do país. Lei será confirmada na próxima semana.

Enquanto o quarto candidato da AD em Lisboa promete lutar por um novo referendo e se gabou das dificuldades impostas pelo último governo da direita às mulheres que recorriam à IVG, as obstetras Ana Campos e Maria José Alves defenderam o alargamento do prazo, a regulamentação da objeção de consciência e o fim da obrigatoriedade do período de reflexão de três dias. 

No dia em que passam 17 anos do referendo, A Coletiva e a APF juntam-se num manifesto que exige que “o Estado português cumpra a sua obrigação legal e audite as condições efetivas para que o direito ao aborto seguro e gratuito seja assegurado no Serviço Nacional de Saúde, sem entraves coletivos e burocráticos à autedeterminação”.

Por 493 votos a favor e 30 contra, os deputados franceses aprovaram a inclusão na Constituição da "liberdade garantida" das mulheres poderem recorrer à interrupção voluntária da gravidez.

Quanto mais longe de um serviço de saúde que disponibilize interrupção voluntária de gravidez, menos abortos, conclui-se. O economista António Melo diz que “mesmo para alguém que seja contra o aborto é impossível justificar que uma mulher de Lisboa possa abortar e uma em Portalegre não”.