Dossier 346: Seca em Portugal

Ao longo das últimas décadas a política de regadio tem gerado desigualdades territoriais e socioeconómicas inaceitáveis. Na resposta aos interesses fundiários, da finança e do grande agronegócio tem sido motor do extrativismo, promovendo sistemas de produção de lógica mineira e em total desrespeito pelas populações locais e gerações futuras. Artigo de Ricardo Vicente

Ricardo Vicente

Nove especialistas e académicos alertaram que a “sustentabilidade e a equidade no acesso à água e a coesão territorial” estão em risco no Alentejo, devido ao aumento da área da agricultura intensiva. Este documento foi publicado originalmente em julho de 2020 no Expresso.

Embora o combate às alterações climáticas seja uma urgência, PS e PSD continuam a promover um modelo de desenvolvimento predador. Assim, não surpreendem as suas propostas para o aumento do regadio e o seu apoio ao Projeto Tejo, de construção de mais açudes e barragens. Artigo de Armindo Silveira

Armindo Silveira

A gestão de um bem do qual depende a vida, os ecossistemas e o bem-estar social não pode ser entregue e mantida na esfera de um estado mínimo e na influência de uso e sustentabilidade do setor privado. A realidade está aí para nos mostrar que está na hora de reverter estas medidas. Artigo de Maria Manuel Rola.

Maria Manuel Rola

As secas em Portugal continental são cada vez mais frequentes e intensas devido às alterações climáticas. Como enfrentar a situação é a questão chave e aqui chocam os interesses ambientais e da população com os interesses do agronegócio. Dossier organizado por Carlos Santos e Ricardo Vicente.

No final do mês de fevereiro de 2022, mais de 60% do território de Portugal continental estava em seca extrema, 29,3% em seca severa e 4,5% em seca moderada, de acordo com o índice meteorológico de seca (PDSI) do Instituto português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Texto de Carlos Santos

Portugal e os países da região mediterrânica devem preparar-se para um forte agravamento das situações de escassez de água e de seca consequentes das alterações climáticas que afetarão as gerações atuais, mesmo que se cumpra o acordo de Paris. Por Ricardo Vicente.

Ricardo Vicente

Uma floresta de monocultura com incidência no eucalipto é extremamente vulnerável aos fogos e é responsável pelo acentuar da desertificação com a concomitante redução da infiltração da água, antes favorecendo o escoamento superficial, que é o vetor fundamental para o aumento da erosão. Por Rui Cortes

Rui Cortes

A falta de água veio para ficar. Existem hoje 260 grandes barragens no país. Sem água suficiente para armazenar em várias regiões, faz sentido construir mais barragens em Portugal? Artigo de João Garcia Rodrigues.

João Garcia Rodrigues

A política dominante tem privilegiado os resultados económicos rápidos dos sistemas de produção intensivos em monocultura e com gestão extrativista. É preciso fazer o caminho contrário. Artigo de Ricardo Vicente

Ricardo Vicente

O serviço de abastecimento de água e de saneamento em Barcelos é um problema de longos anos que se tem agravado sucessivamente. A projetada resolução de sustentar e alargar a concessão provoca a submersão dos imprescindíveis propósitos de gerir a água como um bem vital. Por José Maria Cardoso

José Maria Cardoso

O que temos vindo a assistir no Alentejo é apenas o início de um ciclo de aposta em regadio intensivo para a instalação e rentabilização de monoculturas que provocam sérios danos ambientais, culturais e paisagísticos, já para não falar na escravatura e ataque aos direitos humanos. Por Maria Manuel Rola

Maria Manuel Rola

Republicamos neste dossier "Seca em Portugal", este texto de José Saldanha Matos, professor do IST-UTL, divulgado originalmente pelo esquerda.net na preparação do Fórum Socialismo 2018.