O ideário ecomodernista é hoje amplamente prescrito pelo Banco Mundial, FMI e OCDE. É o alfa e o ómega da política ambiental neoliberal. Os ecomodernistas oferecem-nos um “bom Antropocénico”. Mas será mesmo assim?
O poder da indústria fóssil impõe uma nova dinâmica extrativista. Só a mobilização social pode travar a barbárie. O petróleo e gás fóssil extraídos nas novas explorações provocarão a emissão de pelo menos mil milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera.
Há já dezenas de licenças para explorar o fundo marinho, algumas de legalidade duvidosa. Mas também há grandes empresas que apelam a uma moratória, até que todos os riscos sejam compreendidos.
Os encontros puseram em relevo a centralidade das estratégias anticapitalistas, do ecofeminismo e dos empregos para o clima. Artigo de João Garcia Rodrigues
Matos Fernandes é o ministro do Ambiente que mais tempo ocupou o cargo na história da democracia portuguesa. Em 2018, avisava: “Não sou de todo ambientalista”. Entende-se o aviso.
Ainda ouço as vozes do meio milhão de ativistas na manifestação pelo clima em Madrid a 7 de Dezembro: “Nem um grau a mais, nem uma espécie a menos”, “Estão a ficar sem desculpas e nós sem tempo”.
A palavra sustentabilidade é usada com tanta frequência e em contextos tão diversos que corre o risco de tornar-se um significante vazio, se já não o é. O que é, então, a sustentabilidade?