José Maria Cardoso

José Maria Cardoso

Professor. Dirigente do Bloco de Esquerda

Quando dizemos que “a lutar também estamos a ensinar” é exatamente esse o sentido educativo de que as conquistas se alcançam conquistando que queremos proclamar.

Como se explica que um governo suportado por uma maioria parlamentar seja capaz de colecionar escândalos a uma cadência tão apressada? Simplesmente porque se sentem imunes a escrutínios e impunes à coação, estando a coberto de uma maioria de absolutismo governativo.

É um absurdo que para a construção de uma estrutura de captação de energia a partir de um recurso natural com o argumento da sustentabilidade ambiental, estejamos a arrasar uma grande mancha de árvores adultas com importância crucial de sustentação de um solo produtivo e de nutritivo húmus.

Qualquer processo de descentralização tem como fundamentos básicos, assegurar políticas públicas que respondam melhor e mais eficazmente à população (...). É isto que está a suceder com o dito processo de decentralização em curso? De maneira alguma!

O poder local tem um papel determinante na vida das pessoas e uma intervenção direta e próxima das necessidades, aspirações e qualidade de vida da população. Para isso deve criar mecanismos de decisão democráticos através de instrumentos coletivos de ampla participação.

Exige-se à ONU o empenho na realização de uma Conferência de Paz que trave a agressão russa e restabeleça duradouramente a integridade da Ucrânia. A guerra tem de ser travada antes que o conflito fronteiriço regional tome dimensão de risco mundial.

Não haverá forma melhor de comemorar os 50 anos do 25 de Abril, do que engrandecer a liberdade a sério, a solidariedade com todos os povos em nome da paz, a garantia do direito ao pão, à saúde, à educação e à assistência social, juntando-lhe a habitação.

Num mundo de complexidade crescente, urge (re)criar uma democracia plural assente nos valores universais e na mundividência da globalização das culturas.

O Bloco de Esquerda sofreu uma pesada derrota, inesperada na dimensão e imprevisível na implicação. Tal como é assumido o insucesso eleitoral, também é adotada a garantia de que a ação política será tanto mais combativa quanto necessária.

Precisamos de saber responder à emergência na habitação, às assimetrias territoriais, à recuperação dos direitos laborais e à dignificação do trabalho numa economia pela igualdade. Precisamos de responder ao combate às discriminações por uma sociedade justa, progressista e inclusiva.