Reino Unido

A maior marcha de extrema-direita em Londres no fim de semana não foi um evento marginal. Ela foi alimentada por anos de apoio dos Conservadores e Trabalhistas às políticas anti-imigração.

Richard Seymour

Oliver Eagleton conversa com a co-líder do novo partido da esquerda britânica sobre os objetivos políticos dentro e fora do Parlamento e a forma organizativa que deve ser adotada na conferência inaugural prevista para o outono.

A confirmarem-se as inscrições, o novo projeto político de esquerda tornar-se-á em tempo recorde o partido com mais membros no Reino Unido. “É assim que a esperança se parece”, afirma o ex-líder trabalhista.

O ex-líder trabalhista junta-se num apelo inicial à deputada Zarah Sultana. Querem lutar contra um sistema que está viciado e construir um novo tipo de partido para fazer uma “redistribuição massiva de riqueza e poder”.

Grupos de manifestantes foram presos este fim de semana apenas por expressar publicamente apoio ao Palestine Action. O governo britânico considerou este grupo como “terrorista” depois de alguns ativistas terem pintado com spray dois aviões militares envolvidos no genocídio em Gaza.

Mais de cem deputados do Labour anunciaram que defendem a suspensão dos cortes que Starmer quer aprovar definitivamente na próxima terça-feira.

O primeiro-ministro do Reino Unido endureceu as leis migratórias, acusando os conservadores de protagonizarem um “capítulo sórdido” de descontrolo nas entradas no país. A esquerda, até a do seu partido, criticou Starmer pela linguagem próxima da extrema-direita.

Por seis votos, os trabalhistas perderam um círculo eleitoral seguro e agora várias vozes exigem ao governo uma mudança de rumo. Com os votos em várias eleições locais a serem contados ao longo desta sexta-feira, a tendência para o crescimento do Reform é clara. Farage reivindica já ser o principal partido da oposição.

O Supremo Tribunal do Reino Unido decidiu favoravelmente ao grupo financiado pela escritora JK Rowling que se opunha ao governo escocês. A instância judicial máxima do país decidiu que a mulher é definida pelo “sexo biológico” e pelo “sexo à nascença”.

Cortes nos apoios sociais e aumento do orçamento para despesas militares. A chanceler do Tesouro diz que a “incerteza global” assim o justifica.

Haim Bresheeth, dirigente da Rede Judaica pela Palestina, considerou numa manifestação que Israel não conseguiria vencer os seus inimigos. Foi o suficiente para a polícia detê-lo ao abrigo da lei anti-terrorismo permanecendo agora “sob investigação”. Não é caso único.

Maurícia retoma controlo sobre arquipélago de Chagos mas Estados Unidos da América mantêm base militar lá. Reino Unido compromete-se a fornecer apoio económico.

O governo de Starmer cortou o acesso a perto de dez milhões de pensionistas a um apoio social destinado a ajudar a aquecer as casas no inverno. A conferência do Labour aprovou agora uma moção em sentido contrário.

Aqueles que optam por empurrar crianças e pensionistas para a pobreza devem perguntar-se a si próprios: Foi para isso que os meus eleitores me elegeram?

Jeremy Corbyn

Governo britânico descarta qualquer boicote a Israel e afirma que só suspende licenças de exportação que "suspeita" que estejam a ser usados para violar lei internacional.

Motins racistas e atos terroristas no Reino Unido mostram sentimento anti-islâmico que tem sido semeado na sociedade britânica pelos media e pelos principais partidos políticos.

Daniel Moura Borges

Enquanto nos grupos de mensagens da extrema-direita britânica circulam listas de advogados e agências de serviços de imigração, organizam-se grupos para os defender e mais de cem personalidades apelam a todos para que se juntem “num poderoso movimento de massas que seja suficientemente poderoso para vencer o fascismo”.

Depois de uma semana de protestos, violência racista instigada por desinformação explode no Reino Unido. Centros de abrigo a requerentes de asilo atacados pela extrema-direita, Governo dá conta de centenas de detidos.

Os conservadores tinham introduzido um limite de dois filhos para receber alguns apoios sociais. O Governo trabalhista votou agora a favor da continuidade da medida que deixa muitas crianças desamparadas face à pobreza e suspendeu por seis meses os deputados trabalhistas que desobedeceram.

Cinco ativistas receberam penas entre quatro e cinco anos de prisão por planearem uma ação direta. Juiz fala em "fanatismo", ativistas lamentam que "ação tenha sido necessária".