O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico anunciou na segunda-feira que o Reino Unido suspenderá imediatamente 30 das 350 licenças de exportação de armas para Israel. David Lammy indicou que o governo britânico “suspeita” que esses equipamentos possam estar a ser usados para violar a lei internacional em Gaza.
O governo trabalhista foi muito claro a indicar de que esta suspensão não se trata de um boicote de armas a Israel. Apesar de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter um mandato de captura internacional e de o Tribunal de Justiça Internacional considerar ilegal o processo de ocupação e colonização em Israel, o governo do Reino Unido continua a exportação em massa de armas com 320 licenças de exportação ativas.
Segundo Lammy, as licenças suspensas são apenas aquelas que o governo afirma terem utilização no “conflito” em Gaza. Insistindo em apoiar o direito de Israel a defender-se, o ministro dos Negócios Estrangeiros diz-se “profundamente preocupado com os métodos que Israel utiliza e com os relatos de vítimas civis e de destruição da infraestrutura civil”.
A suspensão de 30 licenças, que poderá ser vista como um pequeno avanço do movimento em defesa da Palestina, é no entanto uma pequena parte das exportações militares do Reino Unido para Israel, o que significa que não terá impacto prático em travar o genocídio em curso na faixa de Gaza.
Entre as exportações que agora serão suspensas estão componentes de aeronaves militares, mas o governo britânico deixou de fora os componentes dos aviões F-35, nas situações em que, apesar de o produto final chegar a Israel, os componentes em si não vão diretamente para os israelitas.
Segundo avança a Reuters, o Reino Unido é a fonte de menos de 1% do total de armas que Israel importa. David Lammy confirmou que a suspensão não teria impacto nas forças militares de Israel.
Israel Katz, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, demonstrou a insatisfação do seu executivo com a decisão, afirmando que envia uma “mensagem muito problemática” ao Hamas e ao Irão.
Em Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou que já terá dado “parecer desfavorável” à exportação de armas para Israel, mas os impactos práticos dessa posição ainda não foram averiguados.