Habitação: responder à crise

Mariana Mortágua e Rui Tavares criticaram decisão de Montenegro de não debater com todos os candidatos. Com diagnósticos comuns sobre a habitação, Livre não acolhe proposta de proibição da venda de casas a não residentes.

Pedro Filipe Soares lamentou que PS, PSD, Chega e IL se juntem para defender os banqueiros e os lucros da banca feitos às custas das famílias portuguesas. Bloco quer usar margem da CGD para baixar a taxa de juro cobrada em 1,5 pontos percentuais, aliviando o esforço das famílias.

Mariana Mortágua participou esta quarta-feira num iniciativa contra a venda, para habitação de luxo, da parcela pública do Palácio Pombal, em Lisboa, defendendo que este edifício, como muitos outras nas mesmas circunstâncias, deve transformar-se em residências universitárias.

O número de manifestações e concentrações agendadas para este sábado multiplica-se um pouco por todo o país, mostrando que a crise na habitação não afeta apenas os grandes polos urbanos. Esquerda.net elenca neste artigo horas e locais das iniciativas.

Plataforma Casa para Viver sublinha que o agravamento da crise da habitação resulta de “uma política ao serviço da banca e dos grandes interesses económicos, feita por sucessivos Governos que não teve interesse em proteger quem trabalha”. IHRU revela que só 0,1% do mercado privado tem rendas acessíveis.

Mariana Mortágua defendeu que a crise na habitação nasceu da vontade política do bloco central. O Bloco propõe controlar rendas, proibir a venda de casas a não residentes, limitar o aumento de rendas e a variação dos juros e acabar com a borla fiscal a residentes não habituais para haver “casas que se possam pagar”.

Mariana Mortágua explicou que o Bloco pretende “obrigar o Parlamento a pronunciar-se e a votar” propostas que “podem resolver o problema da habitação hoje”. Medidas passam pela proibição da venda de casas a não residentes, controlo das rendas ou descida dos juros do crédito à habitação.

Mariana Mortágua visitou uma residência universitária em Lisboa e deixou o alerta que sem respostas "à altura da catástrofe", as pessoas desistem do ensino superior e emigram. Bloco apresentou plano de emergência para este ano letivo.

A iniciativa, que conta com a participação de especialistas e ativistas internacionais, eurodeputados e atores políticos nacionais, terá lugar no Teatro do Bolhão, entre 20 e 22 de outubro.

Em entrevista para o Esquerda.net, o ativista, assistente social e investigador em estudos urbanos António Brito Guterres falou sobre a transversalidade da crise da habitação, as suas causas e consequências, e as medidas que a poderiam resolver, já aplicadas noutros países europeus.