Catarina critica propostas do Governo por facilitarem despejos e não travarem preços das casas

16 de abril 2023 - 18:34

Coordenadora do Bloco defendeu que "ou há medidas claras de controlo dos preços de arrendamento, ou de controlo de preços das casas, ou vamos continuar a ter um mercado de habitação que não serve quem tem salário ou pensão em Portugal".

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Foto de MIGUEL A. LOPES / LUSA.

"Um mecanismo concreto que é conhecido, é tornar mais fácil o despejo de inquilinos, e não há uma única medida para baixar os preços das casas, que são dos mais altos do mundo", afirmou Catarina durante a conferência de imprensa de apresentação do festival Desobedoc, que decorrerá entre 28 de abril e 1 de maio.

A proposta de lei do Governo do pacote Mais Habitação, que deu entrada no Parlamento na sexta-feira, mereceu várias criticas por parte da dirigente bloquista. Catarina defendeu que “sem controlo de rendas, e sem acabar com os regimes de privilégio que alimentam fundos imobiliários e a compra de casas por quem não mora e não quer morar em Portugal, não vai ser possível termos a casas a preços que as pessoas que aqui trabalham possam pagar".

A coordenadora do Bloco repudiou ainda o facto de o Governo ter criado “uma cortina de fumo ao pôr todo o país a discutir o alojamento local ou o arrendamento coercivo".

"São medidas que, na verdade, ainda que apareçam simbolicamente escritas, nós já sabemos que não são para levar a sério, não há nenhum mecanismo concreto", frisou.

De acordo com Catarina, "ou há medidas claras de controlo dos preços de arrendamento, ou de controlo de preços das casas, ou vamos continuar a ter um mercado de habitação que não serve quem tem salário ou pensão em Portugal".

A coordenadora do Bloco garantiu que o partido “não deixará de levar ao Parlamento medidas fundamentais e alternativas às do Governo, como o controlo das rendas ou a proibição de venda de imóveis a quem não reside em Portugal".

O Público noticiou este domingo que a proposta de lei do Governo prevê que "os inquilinos que sejam despejados vão passar a ter um prazo de 30 dias para deixarem as habitações a partir do momento em que o requerimento de despejo apresentado pelo senhorio seja aprovado".