Venezuela

O sociólogo e ativista venezuelano Emiliano Terán Mantovani analisa a decadência de um regime que se transformou numa aliança autoritária, configurando aquilo a que chama “uma ditadura de novo tipo”.
 

A classe trabalhadora está fundamentalmente interessada em saber se a situação após o 28 de julho permitirá ou restringirá, no curto prazo, as liberdades de que ela precisa para se expressar como uma classe explorada. Mas essa contradição não entra na lógica e no discurso da nova geopolítica progressista.

Ana C. Carvalhaes e Luís Bonilla-Molina

Divulgação das atas, urna por urna, continua a não ser feita pelo Conselho Nacional Eleitoral, como manda a lei e fora muitas vezes prometido. Depois do pretexto de um suposto ataque hacker contra o sistema eleitoral, as atas apareceram mas foram parar ao Tribunal Supremo de Justiça, que também não as publicou. 

Luís Leiria

Organização de trabalhadores venezuelanos considera que é preciso transparência e que o processo eleitoral seja esclarecido, criticando as ações repressivas do Governo. Sindicalistas lançam também críticas ao posicionamento do Governo norte-americano e à violência incitada pela direita venezuelana.

Gustavo Petro convida o Governo da Venezuela “a permitir que as eleições terminem em paz, autorizando um escrutínio transparente com a contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional” e pede também aos EUA que suspenda os bloqueios.

Líder do partido Marea Socialista duvida da vitória de Maduro e critica regime por proibir candidaturas de oposição e atacar as organizações políticas. PCV diz que o atual presidente quer privar o povo dos seus direitos democráticos. Vários partidos comunistas do continente estão solidários com o seu congénere venezuelano.

Conselho Nacional Eleitoral declarou “irreversível” a vitória tangencial de Nicolás Maduro, quando estavam contados 80% dos votos. Oposição faz acusações de fraude e pede intervenção das forças armadas. Estados latino-americanos dividem-se.

Depois do referendo em que 95% dos votos expressos se tinham manifestado a favor da anexação de Essequibo pela Venezuela, os dois países tinham reunido e emitido um compromisso de que não resolveriam o diferendo territorial pela força. A intervenção do ex-colonizador voltou a acirrar ânimos.

Maduro procura mobilizar a sua base e unificar o país, num momento em que a oposição, dividida, tenta ganhar musculatura. Por Julio Adamor.

Depois da intervenção, denunciada pelo PCV como um “assalto” ao partido, o presidente nomeado pelo órgão judicial anunciou que o partido ia voltar à coligação que apoia o governo de Nicolás Maduro.

Representantes de vinte países juntaram-se em Bogotá para discutir o processo político venezuelano na sequência das negociações entre Maduro e a oposição no México. Juan Guaidó fugiu da Venezuela para ir ao encontro sem ser convidado, acabando por aterrar em Miami. Por Pablo Rodriguez.

Texto de Carlos Santos de apoio ao debate “Venezuela”, que terá lugar no Fórum Socialismo 2019, no domingo, 1 de setembro, às 10 horas, no Porto.

Ou um incidente sangrento que justifique tudo. De uma forma ou outra, tem mesmo de haver o início de uma guerra civil para que a estratégia funcione. E já vimos de tudo, não é certo?

Francisco Louçã

O presidente do parlamento autoproclamou-se presidente interino. Uma lufada de ar fresco na asfixia democrática na Venezuela? Engana-se quem acha que se apaga fogo com gasolina.

Joana Mortágua

Disse Maduro durante a campanha eleitoral em que foi eleito há três anos: “O passarinho cantou mais um pouquinho, deu uma volta e foi embora. E eu senti o espírito de Chávez".

Mário Tomé

Para disfarçar a concentração de poderes, criou uma “Constituinte”; para mascarar a tragédia social, deixou de publicar estatísticas.

Luís Leiria

Se o poder dos “nossos” se vale de meios ilegítimos para defender o poder pelo poder, perdemos o poder e a causa.

Luís Fazenda

Porque não foi eleita numa eleição normal, por voto direto, universal e secreto. Longe disso, usou mecanismos de trapaça.

Luís Leiria

A Venezuela atravessa uma situação muito complexa, com a sua população sofrendo uma brutal austeridade. Há mais de cem dias que os protestos são diários, tendo já morrido neles quase cem pessoas. Nas próximas semanas os riscos são ainda maiores. Dossier organizado por Carlos Santos.