Educação

A Fenprof faz levantamentos anuais da situação e denuncia que a falta de professores do 1º ciclo levou muitos diretores a retirá-los destas funções. As escassez de profissionais do setor “tem graves consequências na vida dos alunos e das suas famílias”, alerta-se.

Um estudo divulgado esta terça-feira mostra que vai ser preciso contratar quatro mil docentes por ano. Um inquérito revela que um quarto dos jovens professores pondera mudar de profissão.

Fernando Alexandre garantiu na abertura do ano letivo que não havia falta de professores em mais de 98% das escolas. Números oficiais vêm ao encontro dos dados avançados pela Fenprof.

Encarregados de educação, alunos e professores têm um início de ano dificultado. Entre o aumento das despesas com material escolar, a falta de condições nas escolas e a desvalorização da carreira docente, o regresso às aulas é uma dificuldade real.

Num concurso para Medicina, Sousa Pereira diz que houve pressões de pessoas “influentes” para deixar entrar candidatos que não tinham tido nota mínima e que recebeu telefonema do ministro da Educação. Joana Mortágua comenta que “dificultar o acesso ao curso de medicina foi e é errado mas não se corrige com jeitinhos e irregularidades”.

Pela primeira vez em 17 anos, o Ministério da Educação indeferiu todas as mobilidades de professores propostas. Rede E2O exige ao Governo a reversão dos indeferimentos.

Sindicatos, bolseiros de investigação, associações de estudantes e diretores escolares sublinham que não foram ouvidos antes do governo avançar com uma proposta no verão sem estudos de impacto ou transparência. Desresponsabilização do Estado central e confusão da ciência com interesses do mercado são só alguns dos problemas apontados.

Em vez de criar uma rede pública de creches e de alargar a rede pública da educação pré-escolar, o governo prefere favorecer as redes privadas denuncia a federação sindical dos professores.

Bloco de Esquerda apela a um grande movimento em defesa do direito à educação sexual. Joana Mortágua diz que é preciso fazer uma escolha entre mais saúde ou ignorância sobre o tema da sexualidade.

Inquérito mostra que pais de crianças com deficiência estão insatisfeitos com falta de inclusão nas escolas. 

Dados da Fenprof mostram que situação está pior do que o ano passado. Medida-bandeira do Governo não é eficaz em garantir horários.

Depois de encomendar uma auditoria a uma empresa privada e prometer resultados em março, Fernando Alexandre diz agora que provavelmente não será possível determinar o número de alunos sem aulas em Portugal. E acrescenta que “a culpa é do sistema”.
 

Projeto dá resposta educativa a um bairro que é uma zona esquecida para o Estado, trabalhando com mais de 50 crianças. A sua sustentabilidade está dependente de financiamentos anuais e refém de lógicas precárias.

Mariana Mortágua e Carolina Serrão visitam agrupamento de escolas para dar destaque ao tema da educação. Investimento no ensino público, adaptação à educação multicultural e soluções sobre smartphones foram temas de discussão.

A minissérie da Netflix interpela-nos com força, é um desafio poderoso, mas também corre o risco de reforçar leituras reacionárias se não for acompanhada de uma reflexão crítica. Proponho um olhar pedagógico, político e profundamente humano sobre o que a escola, a família e a sociedade nos dizem – e calam – em relação aos jovens.

Manuel Fernández Navas

Rebeca Sá Couto foi nomeada para o gabinete da Secretária de Estado da Inovação Educativa. É diretora de uma ONG que promove a externalização e precarização de docentes das escolas públicas.

Até agora só os professores em escolas consideradas “carenciadas” podiam receber apoio, o que reduzia drasticamente o número de possíveis beneficiários. A proposta do Bloco, que contou com voto contra de PSD e CDS e abstenção da IL, vem alterar esta situação.

Enquanto milhares de alunos continuam sem professor, apenas 8,7% do total dos professores formados no Brasil que pediram reconhecimento dos diplomas obtiveram resposta positiva. Queixam-se que os acordos não estão a ser cumpridos.

É uma realidade silenciosa revelada por um inquérito a nível nacional. A maior parte dos abusos são de alunos e pais, mas as direções escolares são acusadas também de serem as “principais perpetradoras de coação e ameaças contra os docentes”.

Braço português da Teach for All terá objetivo de "chegar a 10%" das escolas públicas portuguesas. Com um modelo de alta rotatividade, organização não-governamental é alvo de críticas da Fenprof.

Daniel Moura Borges