Mais de uma dezena de trabalhadores da Casa da Música, alertaram esta terça-feira para uma “violação clara dos estatutos” em “manobras de bastidores” de Rui Amorim de Sousa, o atual presidente da administração, para escolher a sua sucessora.
A escolha de Isabel Furtado, do grupo Têxtil Manuel Gonçalves, por parte de Amorim de Sousa, está a ser contestada por acontecer de forma unilateral e ignorara os estatutos da Casa da Música, que obrigam o presidente do Conselho de Administração (CA) a ser eleito pelos seus pares em voto secreto e numa reunião convocada para esse efeito.
Os trabalhadores fizeram apelo à ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e aos presidentes das câmara do Porto, Matosinhos e Maia para que “façam cumprir a lei e tragam justiça à Casa da Música”. O comunicado fala mesmo em “assalto ao poder” e da complacência das instituições públicas, neste caso o ministério da Cultura e as Câmaras Municipais.
“Isabel Furtado terá aceitado o convite para presidir ao CA, convidando, por sua vez, Rui Sá Morais, um seu antigo empregado no grupo TMG, para o cargo de administrado-delegado”, denunciam os trabalhadores.
O que está em causa é também o próprio funcionamento da Fundação Casa da Música, onde os fundadores privados, ao terem a maioria de representantes no Conselho de Administração, decidem unilateralmente como gastam o financiamento público. A contradição aprofunda-se: a contribuição dos fundadores privados é de cerca de um milhão de euros por ano, enquanto que o financiamento público é de cerca de dez milhões de euros anualmente.
É de lembrar que o Tribunal de Contas ját em atualmente uma investigação em curso sobre as múltiplas denúncias de irregularidades nas contratações da Casa da Música. São, sobretudo, acusações da precarização dos trabalhadores. “Nada de bom daqui tem saído, desde o acumular de problemas laborais até ao definhar do número e do contribtuo de mecenas e patrocinadores, sem esquecer o relacionamento difícil entre conselhos de administração e procedimentos legais”, esclarece o comunicado dos trabalhadores.