Bloco propõe alternativas ao aumento de impostos

10 de maio 2010 - 17:30

Na apresentação do novo cartaz e jornal gratuito, Francisco Louçã respondeu à ameaça de aumento de impostos formulada por Teixeira dos Santos e à "embaixada de peso" que reuniu em Belém "os pais do défice".

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"Não aceitaremos que se toque num cêntimo dos salários de quem vive com dificuldades num país que dá facilidades e bónus a quem nunca fez sacrifícios", afirmou Louçã em resposta às afirmações de Teixeira dos Santos à saída do Ecofin, em que ameaçou aumentar o IVA e reter parte do 14º mês.



"Exigimos que quem não paga impostos os pague agora, como a lei impõe. São estes que devem fazer sacrifícos, os que estiveram sempre do lado das facilidades e benefícios", acrescentou Louçã, referindo-se aos salários e bónus dos gestores das empresas do PSI-20. Louçã anunciou ainda duas iniciativas públicas do Bloco, um comício no Porto na próxima quarta-feira e em Lisboa no dia 27 de Maio, com a presença dum deputado da coligação grega Syriza.



A proposta alternativa do Bloco para diminuir o défice significa um pacote financeiro de 2 mil milhões, "taxando o IRC da banca a 25%, a taxa que a lei impõe, tributando as operações com off-shores e taxando excepcionalmente os bónus com um imposto até 75%, como existe noutros países", disse o coordenador da Comissão Política bloquista.



Sobre a reunião dos antigos ministros das finanças com Cavaco Silva, Louçã diz que foi "uma embaixada de peso que representa uma aliança interpartidária PS/PSD, incluindo um ex-líder da Associação Portuguesa de Bancos".



"O anfitrião e os convidados estiveram 28 anos à frente do governo ou do ministério das finanças. São eles os pais do défice, os pais do endividamento e de todos os problemas estruturais da nossa economia", prosseguiu Louçã.



Questionado pelos jornalistas sobre hipótese dum novo bloco central, Louçã afirmou que actualmente "parece ser o PSD a governar por interposta pessoa do eng. Sócrates. São as propostas do PSD, que tiveram escasso apoio popular nas urnas, que estão agora a ser aplicadas", concluíu Louçã, referindo-se aos cortes no investimento público e ao ataque às prestações sociais e aos desempregados.