Ahed Tamini, uma jovem de 16 anos de idade, tornou-se o símbolo da luta palestiniana contra o ocupante israelita ao ser detida no início do ano por ter dado uma bofetada a um soldado que invadira a sua casa. As manifestações pela sua libertação deram a volta ao mundo e passaram por Portugal, mas Israel intensificou a repressão e viria a prender a sua família.
Ahed viria a ser libertada em julho, meses depois da repressão sangrenta contra os manifestantes da Grande Marcha do Retorno, que se prolongou por vários dias e fez dezenas de mortos. Os soldados israelitas dispararam fogo real sobre os manifestantes que se aproximavam das barreiras erigidas pelos ocupantes, protestando também contra a mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém, uma decisão condenada pelo parlamento português.
A reação internacional ao novo massacre foi a mesma de anos passados, com algumas palavras mas nenhuma ação por parte da ONU. Enquanto isso, a justiça israelita aprovava o uso de fogo real e o governo avançava com a construção de uma barreira marítima na Faixa de Gaza, enquanto ameaçava com nova ocupação militar.
A oposição em Israel à ocupação da Palestina sofreu uma baixa importante em agosto com a morte do veterano jornalista e político Uri Avnery. No mês anterior, houve manifestações na capital israelita contra a lei que promove a discriminação dos árabes israelitas e define o país como o “Estado judaico”. Em maio, o historiador israelita Ilan Pappé esteve em Portugal e foi entrevistado pelo esquerda.net.
No campo da solidariedade internacional, a Flotilha da Liberdade voltou a rumar à Palestina com escala em Portugal e a campanha pelo Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel ganhou novo fôlego com a adesão de artistas de projeção mundial, a decisão da Irlanda de proibir a importação de produtos dos colonatos e apelos ao boicote ao Festival da Eurovisão, que já tiveram uma vitória ao obrigar à mudança do evento de Jerusalém para Telavive.