Judeus e palestinianos juntam-se contra Lei do Estado-nação

13 de agosto 2018 - 12:15

O protesto contra a Lei Básica: Israel como Estado-Nação para o Povo Judaico foi feito este sábado em Telavive e irritou Netanyahu.

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Declarando que apenas um Estado pode existir nos territórios controlados por Israel, Israel responde ao seu próprio medo de que a solução de dois Estados possa ameaçar o caráter judaico da região, já que os judeus podem estar em minoria.
Declarando que apenas um Estado pode existir nos territórios controlados por Israel, Israel responde ao seu próprio medo de que a solução de dois Estados possa ameaçar o caráter judaico da região, já que os judeus podem estar em minoria.

O primeiro-ministro israelita disse-se horrorizado com as “bandeiras a Organização para a Libertação da Palestina no coração de Telavive” e escreveu no Twitter que a manifestação era “o melhor testemunho da necessidade de uma lei nacional”. O nome “Lei do Estado-nação”, como é conhecida a lei, é uma forma abreviada do nome completo: “Lei Básica: Israel como Estado-Nação para o Povo Judaico”.

Os palestinianos, que representam 20% da população, já tinham uma situação de desvantagem no país: menos bolsas de estudo, menos empregos, habitação e piores cuidados de saúde. Contudo, esta lei vai mais longe, dando-lhes oficialmente o estatuto de cidadãos de segunda, já que declara que “Israel é a pátria histórica do povo judaico e, nela, ele tem um direito exclusivo à autodeterminação nacional” e que os colonatos devem ser encorajados. Assim, consagra-se Jerusalém unida como capital de Israel e define-se o hebraico como língua oficial (relegando o árabe para língua com estatuto especial). Declarando que apenas um Estado pode existir nos territórios controlados por Israel, Israel responde ao seu próprio medo de que a solução de dois Estados possa ameaçar o caráter judaico da região, já que os judeus podem estar em minoria.