Trabalho

Yazaki despede mais de 300 trabalhadores em Ovar, Bloco questiona Governo

14 de março 2025 - 11:01

Multinacional despede 364 pessoas en Ovar. Bloco questiona Governo sobre alternativas para os trabalhadores e exige a criação de um Plano de Emergência Social para ajudar trabalhadores despedidos.

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Yazaki Saltano em Ovar
Yazaki Saltano em Ovar. Fotografia via Google Maps

A Yazaki Saltano, uma multinacional que é fornecedora de sistemas elétricos e eletrónicos para a indústria automóvel, iniciou um processo de “redução de efetivo” que vai levar ao despedimento de 364 trabalhadores. O Bloco de Esquerda questionou o governo sobre a falta de alternativas para as centenas de famílias que ficam fragilizadas.

A empresa, que tem fábrica em Ovar, diz que está a ser “fortemente afetada pela atual situação crítica da indústria automóvel europeia”. No entanto, o Bloco de Esquerda/Aveiro sublinha que a empresa continua a ter “lucros astronómicos” a nível internacional.

Segundo o Jornal de Notícias, a Câmara de Ovar assegurou que disponibilizará “toda a ajuda que a empresa e os trabalhadores necessitem”, dentro das suas competências, para “garantir a salvaguarda económica e social das pessoas afetadas por essa decisão”. Mas o Bloco de Esquerda vai questionar o ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social porque quer saber “que respostas o governo tem” para estes trabalhadores.

É fundamental que “apresente medidas concretas para apoiar estas pessoas, garantindo proteção social e acesso imediato a novas oportunidades de emprego”, lê-se no comunicado de imprensa do Bloco de Esquerda/Aveiro. Como no caso de outros despedimentos no distrito, a estrutura distrital do partido defende a criação de um Plano de Emergência Social nos concelhos onde residem os trabalhadores para apoiar imediatamente as famílias afetadas.

De outro modo, os despedimentos são um “golpe brutal” para centenas de famílias por aumentar “a precariedade e o caos social da região, deixando operários e outros funcionários da empresa numa situação de extrema fragilidade”.

Segundo Eduardo Couto, da Comissão Distrital de Aveiro do Bloco de Esquerda, a instabilidade laboral já se sentia há algum tempo. Nos últimos meses, os trabalhadores faziam formações por “não terem produto” para trabalhar.

As empresas na Alemanha para as quais a fábrica fornecia produtos encerraram, e a situação deteriorou. A economia alemã está a entrar em recessão e o caso da Yazaki pode ser um indício de como essa crise afetará a economia portuguesa.