Despedimento

Vive-se na empresa um “clima de incerteza e insegurança”, diz o Sindicato dos Trabalhadores de Call Center que exige respostas “imediatas e claras” sobre motivos de despedimentos e transparência “total” sobre escolhas de trabalhadores a despedir.

As 60 trabalhadoras da fábrica de confeções Trapos Loucos descobriram através de um papel à porta da fábrica que tinham ficado sem emprego.

Uma delas alegou falta de trabalho e de “qualidade” das trabalhadoras para encerrar. As insolvências na indústria estão a aumentar, sobretudo a norte, mostram as estatísticas.

O discurso das sinergias, da consolidação e do aumento da competitividade deu rapidamente lugar ao encerramento da fábrica de Arco de Valdevez.

A fábrica de calçado encerra após 30 anos de atividade. Os trabalhadores não têm salários em atraso e esperam agora pela documentação para poderem requerer o subsídio de desemprego.

Mais 150 trabalhadores serão colocados em lay-off. Cinco das trabalhadores despedidas vão recorrer aos tribunais.

Estes juntam-se a outros 29 que ficaram a saber que não tinham emprego quando as férias acabaram. A Bipol Fashion não lhes passou os papéis para aceder ao subsídio de desemprego e é acusada de os ter mantido antes em situação de falso lay-off.

Uma “enorme injustiça e ilegalidade” foi a expressão que Mariana Mortágua utilizou para descrever a situação, que deixou no desemprego quase duas dezenas de trabalhadoras, algumas das quais trabalhavam na limpeza e manutenção do centro de saúde em Penafiel há mais de vinte anos.

Os trabalhadores ficaram com salário de dezembro e subsídio de Natal por pagar e querem que haja um processo de despedimento coletivo e não propostas de rescisão por mútuo acordo “com valores irrisórios” que podem adiar indemnizações por anos.

Estruturas sindicais explicam que esta é uma forma “de dar voz ao enorme descontentamento dos trabalhadores” do grupo “em face do anunciado despedimento de 150 pessoas” e anunciam que vão participar à Autoridade para as Condições do Trabalho a falta de pagamento do subsídio de Natal.

É a primeira vez, em 135 anos, que os leitores não têm acesso ao JN dois dias seguidos, na sequência da greve contra o despedimento coletivo, o atraso no pagamento de salários e as más condições de trabalho na nova sede. Bloco acompanha luta dos trabalhadores e interpela Governo.

Perante o anúncio de despedimento coletivo, os jornalistas do Jornal de Notícias apelam ao apoio dos leitores e de todos os que prezam a liberdade de imprensa e de expressão, bem como a todas as personalidades e instituições do país. Petição reuniu mais de 3000 assinaturas em 24h.

Sindicato dos Jornalistas considera “inadmissível, inviável e impensável” a intenção anunciada pelo grupo que detém os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo, a rádio TSF e o Dinheiro Vivo, entre outras empresas de media.

Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicações Audiovisuais teve conhecimento de que o grupo Media Capital está a recorrer a uma argumentação “falaciosa e enganadora” para avançar com um despedimento coletivo que abrange 12 trabalhadores da TVI.