A Savannah Resources alega já ter a devida autorização para reiniciar imediatamente os trabalhos no terreno e contornar a providência cautelar conseguida pela população local. A empresa afirma que o Estado Português fez uma “resolução fundamentada” em resposta à providência cautelar interposta no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela contra o ministério do Ambiente.
“A Savannah procurará recuperar o tempo perdido durante esta interrupção indesejada de duas semanas”, afirmou a empresa, citada pelo Jornal de Negócios segundo a qual a solução encontrada pelo governo de Luís Montenegro “conclui que qualquer adiamento ou contestação da execução da servidão administrativa em tribunal é mais dispendiosa e prejudicial ao interesse público”.
A servidão administrativa tinha sido autorizada por despacho da ex-secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, supostamente à revelia da ministra do Ambiente, Graça Carvalho. Esse despacho terá ditado a saída da governante na mini-remodelação do governo em Fevereiro, segundo o Expresso.
Covas de Barroso
Populações suspendem avanços da Savannah com providência cautelar
Os trabalhos tinham parado no dia 6 de fevereiro devido à providência cautelar interposta por três proprietários com o apoio da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB). Desde então que os trabalhos estavam parados, uma vez que a providência cautelar suspendeu temporariamente a servidão administrativa.
À altura, a UDCB falava numa “destruição total, quer de terrenos particulares, quer de terrenos baldios” e afirmava que a exploração “não faz sentido nenhum, é um processo muito pouco democrático”.
Voltando a iniciar a exploração à revelia das populações locais, a Savannah afirma no comunicado de imprensa que espera poder partilhar com os acionistas mais atualizações sobre o seu progresso. A empresa prevê iniciar a produção de lítio em 2027. Após o anúncio da servidão administrativa, em dezembro, a Savannah anunciou novos trabalhos de campo e a realização das perfurações necessárias para concluir o estudo definitivo do projeto de lítio no Barroso.