Roteiro para celebrar e semear Abril

05 de abril 2024 - 18:00

Neste artigo, encontras informações sobre inúmeras iniciativas que decorrerão um pouco por todo o país durante o mês de Abril, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

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Foto de Ana Mendes.

Na quinta-feira foi inaugurada, no Museu do Aljube, a exposição temporária 25 de Abril SEMPRE!, que estará em exibição até 31 de janeiro de 2025. No antigo parlatório de uma das prisões privativas da PIDE, é feito um convite “à reflexão sobre resistências e também sobre preservação, construção e partilha de memória democrática”.

Esta sexta-feira, dia 5 de abril, a Biblioteca de Lagos é palco, pelas 21h, do espetáculo “À margem, de uma certa maneira - O Canto do Exílio”, com Cristina Paiva e Fernando Ladeira. Neste dia, e no âmbito do ciclo de conferências Militares e Política no Século XX, com coordenação de Luís Nuno Rodrigues ISCTE, terá lugar a conferência| Se eu morrer quero que saibas – Cartas da guerra, 1961-1974, com Joana Pontes. A iniciativa tem início às 19h na Biblioteca de Alcântara.

Os Sábados para a Infância no Teatro da Cerca de São Bernardo começam um novo trimestre. Este ano, como habitualmente, juntam-se às comemorações do 25 de Abril, com um mês dedicado a celebrar a liberdade e a democracia, em diferentes espaços da cidade. No próximo sábado, dia 6, às 10h30, Sérgio Gomes dirige uma oficina de animação para crianças dos 6 aos 12 anos. Animar Abril” é inspirada no cartaz “MFA, POVO, POVO, MFA”. A animação será construída com as personagens do cartaz que serão separadas nos vários elementos - da espingarda aos cravos.

A 8 de abril, o filme de estreia de Joana Craveiro na realização, “Elas também estiveram lá”, será exibido pelas 21h no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém. Este documentário poético sobre a invisibilidade das mulheres em acontecimentos históricos como a ditadura portuguesa 1926-1974, ou o processo revolucionário 1974-75, seguirá ainda, no dia 17 de abril, para o Sardoal, com exibição no Centro Cultural Gil Vicente, às 21h30, e, no dia 18 de abril para Oeiras, onde poderá ser visto a partir das 21h15 na Biblioteca Operária Oeirense.

No dia 9, o colóquio “Da Resistência à Liberdade” organizado pela APRe! (Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados) junta, pelas 14h45, na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro em Telheiras, em Lisboa, Fernando Cardeira (Engenheiro, desertor da Guerra Colonial), Martins Guerreiro (Almirante, Capitão de Abril) e Rosado da Luz (Coronel, Capitão de Abril).

A 10 de abril, poderás participar, a partir das 10h30, no roteiro “A Revolução está na Rua!”, promovido pelo Museu do Aljube, com início no Largo da Boa Hora, e que segue para o Largo do Carmo, Largo da Misericórdia e termina na Rua António Maria Cardoso.

O livro Memórias da Ditadura: um testemunho na primeira pessoa, de Fernando Mariano Cardeira, que conta com prefácio de José Pacheco Pereira e introdução de Daniel Bastos será apresentado no dia 12, pelas 17h30, na Associação 25 de Abril, em Lisboa.

A 13 de abril, em Braga, o Abril é Agora, a Cultra, a Civitas-Braga e a Comissão dos Democratas de Braga organizam a Conferência "A extrema‑direita e o assalto à Democracia - 50 anos do 25 de Abril", com o objetivo de promover a reflexão e o debate, em torno do crescimento de movimentos de extrema‑direita, que paulatinamente se vão posicionando no sistema político, ameaçando os regimes e os processos democráticos.

Nesse mesmo dia, Carla Castelo, vereadora independente eleita pela Coligação Evoluir Oeiras, cofundadora da Associação Evoluir Oeiras e ex-jornalista, convida Inês Campos, investigadora do CE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, atualmente a coordenar o projeto europeu INCITE-DEM sobre Inovações democráticas; Flávio Almada, da Associação Moinho da Juventude; Vanessa Lopes, fundadora da Associação Rizoma; Hans Einckoff, Médico e ativista; e Marta Brazão, da Associação Lidera, para falarem sobre a sua participação na democracia, de que forma cuidam de Abril e constroem esperança para o futuro. A iniciativa, intitulada “AS NOSSAS VOZES – Participar na Democracia, Cuidar de Abril”, terá lugar no Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras, a partir das 18h.

No dia 15, o CHAM – Centro de Humanidades (NOVA FCSH-Uac) convida a Ler e Ouvir a Revolução entre as 13h e as 14h no Átrio da Torre B, Campus da Avenida de Berna, da FCSH, em Lisboa.

Nos dias seguintes, 16 e 17, a Kind of Black Box - Associação Cultural traz teatro e dança para o Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, com o espetáculo Em Silêncio, que sobre ao palco a partir das 21h.

O documentário “Novíssimas Cartas Portuguesas”, viaja, a 18 de abril, até ao Auditório Municipal de Mirandela. Esta peça cinematográfica, a ser exibida a partir das 14h45, debruça um novo olhar sobre esta obra através de uma análise dos movimentos feministas do século XXI sob uma perspetiva interseccional, celebrando as mulheres e as suas conquistas.

No dia 19, iniciativas unitárias em Lisboa, Porto e Coimbra afirmam valores de Abril. Em Lisboa, o jantar Por Abril, Pela Democracia, Venham +50!, sujeito a inscrição que, após dia 10 de abril, ficará condicionada à disponibilidade do espaço, está agendado para as 19h30 horas, na Cantina Velha da Cidade Universitária. No Porto, no mesmo dia e à mesma hora, “as cinco décadas decorridas desde a Revolução do 25 de Abril” serão assinaladas com uma “celebração que ecoe através do tempo”, que servirá também, “em face do momento político que vivemos, para dar um sinal contundente na afirmação dos valores de Abril e na recusa de qualquer retrocesso”. A participação no jantar, que decorrerá na Associação de Moradores da Bouça, na Rua dos Burgães, 345, é sujeita a inscrição até ao dia 12 de abril.

Também a 19, o Arquivo Municipal de Lisboa / Videoteca projetará, pelas 21h, filmes amadores sobre o 25 de Abril de 1974, seguidos de uma conversa com quem viveu o tempo conturbado da ditadura e celebrou o nascimento da liberdade e democracia, à frente ou atrás da câmara de filmar.

E, a 19 e 20 de abril, o Teatro Viriato, em Viseu, acolhe o espetáculo “Guião para um país possível”, de Sara Barros Leitão e Cassandra, que conta os últimos cinquenta anos da nossa democracia. As sessões começam às 17h.

Para dia 20 está igualmente agendada uma nova projeção do documentário “Novíssimas Cartas Portuguesas”, mas nessa data já no Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha, com início pelas 16h.

Nos dias 20 e 21, o Museu do Aljube, em Lisboa, promove a festa A Liberdade passa por aqui!, que contará com muita música, criatividade e alegria.

O espetáculo “Memórias de uma falsificadora”, de Joaquim Horta (adaptação e encenação) e Catarina Requeijo (interpretação), a partir do livro homónimo de Margarida Tengarrinha decorrerá a 23 de abril, na Biblioteca Municipal de Lagos. Com início às 21h30, o mesmo será seguido de uma conversa entre a atriz, o encenador e o público.

O Batalha Centro de Cinema, no Porto, selecionou para o dia 24, em “O Cinema Unido Jamais será Vencido”, um conjunto de filmes criados em coletivo nas cooperativas mais ativas no período revolucionário (Cinequipa, Cinequanon, Grupo Zero, Unidade de Produção N.º 1 do IPC, Célula de Cinema do PCP), que documentam e refletem sobre esse complexo processo, e de um outro coletivo de animação mais recente (Filmógrafo) que revisita a “longa noite do fascismo”. Esta sessão especial de celebração dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, que começa às 19h15, será seguida de conversa com Acácio de Almeida (Grupo Zero).

No dia 25, as ruas do país encher-se-ão de um mar de gente, de punho ao alto e cravo ao peito, para comemorar a Liberdade, recusar qualquer recuo nos direitos já conquistados e exigir um país mais justo e igualitário. Em Lisboa, a manifestação terá início no Marquês de Pombal, descendo depois a Avenida da Liberdade.

Na sua página de internet, a Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril faculta uma agenda onde é possível consultar e submeter eventos relacionados com as comemorações da Revolução.

Para quem estiver totalmente impedido de sair à rua, deixamos aqui uma sugestão sobre como viajar até ao 25 de Abril de 1974 a partir do sofá e para assistir ao Telejornal do dia 25 de abril de 1974. Podes ainda revisitar as inúmeras versões de Grândola, Vila Morena em vídeo aqui: "Grândola" sem fronteiras: escolhe a tua versão.