Na entrega das listas do Bloco de Esquerda para as eleições europeias de 9 de junho, a cabeça de lista do partido, Catarina Martins, prometeu ir à luta para disputar "o melhor resultado possível". Questionada sobre se as eleições não se transformariam numa espécie de segunda volta das legislativas, respondeu que "o meu maior medo é que as pessoas se esqueçam que as europeias são mesmo no dia 9 de junho".
E por isso boa parte da campanha será dedicada a explicar a importância da escolha dos deputados ao Parlamento Europeu, pois "tudo o que está a ser decidido agora tem uma influência enorme no rendimento das pessoas, no direito à habitação, no que se fará no clima, da paz ou não que teremos na Europa, da saúde, da educação", sublinhou Catarina Martins.
"As europeias são mesmo sobre a nossa vida e este é o grande desafio que temos agora", insistiu a candidata, dando como exemplo "qualquer pessoa que paga a prestação da sua casa" e viu a prestação disparar por causa das decisões do Banco Central Europeu.
"Achamos que é muito importante disputar umas eleições europeias que são uma disputa por democracia, por Estado Social, por responder aos grandes desafios do nosso tempo, do clima, da paz, das condições concretas, da vida das pessoas, desta ideia de comunidade que nos pode permitir a todos um futuro melhor", concluiu.
Ao seu lado na entrega das listas estava a sua sucessora na coordenação do Bloco. Mariana Mortágua disse aos jornalistas que Catarina Martins é "a candidata mais competente, mais capaz de disputar estas eleições" e de traduzir a ideia de que "nós não desistimos da Europa, que a Europa conta tanto para tantas decisões tão importantes para o nosso futuro, que vão do acesso à habitação, até aos salários, ao estado social e o combate às alterações climáticas".
"O Bloco de Esquerda quer fazer desta campanha uma campanha sobre os temas que dizem a respeito às pessoas", prosseguiu a coordenadora bloquista. Questionada sobre se um desses temas será a saída do euro, Mariana Mortágua respondeu que o Bloco "não defende a saída do euro e a saída do euro não é o debate com o qual nos confrontamos neste momento. A Europa enfrenta enormes desafios que vão desde as alterações climáticas, a guerra, a necessidade de responder pelo Estado Social. É sobre esses desafios que nós queremos responder".