50 anos do 25 de Abril

Arraial realizado no dia 27 de abril na Associação de Moradores da Bouça.Organizado pelo Abril é Agora, o Arraial dos Cravos do Porto juntou centenas de pessoas este sábado na Associação de Moradores da Bouça.

Centenas de milhares de pessoas encheram as avenidas da Liberdade, em Lisboa, e dos Aliados, no Porto, para comemorar o cinquentenário da Revolução e para defender a democracia e a liberdade.

Dezenas de ilustradores juntam-se, a convite do cartunista Nuno Saraiva, neste apelo à participação nas manifestações dos 50 anos do 25 de Abril. Nos próximos dias o Esquerda publicará aqui cada um desses contributos.

Cinquenta anos depois do 25 de Abril de 1974, há perguntas que continuam a fazer sentido. Onde nasceu o 25 de Abril? Como manter esta memória viva de geração em geração? Qual é a liberdade que temos e a que queremos? Como fazer da Revolução dos Cravos futuro?

Resistir e derrotar as ameaças da direita e da extrema direita tendencialmente aliadas só pode significar uma profunda alteração democrática da política, da economia e da sociedade portuguesa. Por Fernando Rosas.

Fernando Rosas

Anunciada como a história de um livro que revolucionou este país, "o autor vai muito para além desse objectivo, instalando o leitor numa cadeia de equívocos nunca desfeitos”, afirma Maria Manuela Cruzeiro a propósito do livro “O General que começou o 25 de Abril dois meses antes dos Capitães”, de João Céu e Silva.

A 11 de novembro de 1961, um grupo de operacionais anti-fascistas portugueses desviou o voo do avião da TAP Super Constellation Mouzinho de Albuquerque de Casablanca para Lisboa. A “Operação Vagô”, liderada por Palma Inácio, foi arquitetada por Henrique Galvão e contou ainda com a participação de Camilo Mortágua, que já tinha protagonizado, com o capitão do Exército, o espetacular assalto ao paquete Santa Maria. No âmbito desta ação foram lançados panfletos anti-salazaristas sobre Lisboa.

Em junho de 1961, após a eclosão da luta de libertação em Angola, foi organizada, a partir da Casa dos Estudantes do Império (CEI), uma “fuga rumo à luta” de dezenas de estudantes das ex-colónias, muitos dos quais vieram a desempenhar um papel fundamental nas lutas nacionalistas. Lilica Boal, que veio a dirigir a Escola-Piloto do PAIGC, na Guiné-Conacri, fala sobre este acontecimento no âmbito do projeto Mulheres de Abril.

 

A 19 de abril, Lisboa e Porto acolhem um jantar, pelas 19h30, onde, reunindo sectores do campo democrático, ecologistas e da esquerda, será dado um sinal contundente na afirmação dos valores de Abril e na recusa de qualquer retrocesso. Coimbra terá almoço de confraternização a 25 de Abril.

A 21 de abril de 1961, mais de 2.000 soldados rumavam a Luanda. Foram combater um inimigo que não era o seu, por uma pátria que os transformou em carne para canhão. Ler mais em 21 de abril de 1961: Os primeiros soldados partem para a guerra a bordo do Niassa.

Neste artigo, encontras informações sobre inúmeras iniciativas que decorrerão um pouco por todo o país durante o mês de Abril, no âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

A Guerra Colonial e as lutas de libertação, que haveriam de abrir caminho ao 25 de Abril, têm uma centralidade inquestionável na história da democracia portuguesa. Ainda assim, continuam a ser remetidas ao silêncio, e a dar lugar a narrativas de branqueamento dos horrores do colonialismo.

Tentativa frustrada de um golpe de Estado levado a cabo por alguns dos mais altos chefes militares, incluindo o Ministro da Defesa Nacional, Júlio Botelho Moniz, acompanhado pelo Ministro do Exército, Almeida Fernandes e pelo Subsecretário de Estado do Exército, Francisco da Costa Gomes. Saber mais sobre este acontecimento no Podcast Convocar a História: Abrilada de 1991.

Iniciativa, a ter lugar em Braga, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, no dia 13 de abril, visa promover a reflexão e o debate, em torno do crescimento de movimentos de extrema‑direita, que paulatinamente se vão posicionando no sistema político, ameaçando os regimes e os processos democráticos.

Na madrugada de 4 de fevereiro, guerrilheiros africanos atacam, em Luanda, a casa de reclusão militar, a cadeia administrativa de São Paulo e o Quartel da Companhia Móvel da Polícia de Segurança Pública. Ler mais sobre o eclodir da Guerra Colonial em:
O 4 de fevereiro de 1961 e a guerra colonial em Angola

Negócios obscuros de armas, bombas incendiárias, espancamentos, apedrejamentos, atentados a tiro, assassinatos. O Movimento Democrático de Libertação de Portugal foi responsável, nomeadamente, pelos assassinatos de Rosinda Teixeira, do padre Max e da jovem Maria de Lurdes.

Há 50 anos, em 29 de março de 1974, o Coliseu de Lisboa assistiu a uma das últimas ações públicas contra a ditadura, durante a qual se cantou, pela primeira vez em público em Portugal, “Grândola, Vila Morena” de José Afonso. Por Álvaro Arranja.

No final do dia 25 de Abril de 1974, a PIDE/DGS cometeu os últimos assassinados da sua longa história, matando quatro manifestantes na Rua António Maria Cardoso. Por Álvaro Arranja.