Fernando Rosas

Fernando Rosas

Historiador. Professor emérito da Universidade Nova de Lisboa. Fundador do Bloco de Esquerda

Correr o risco de transformar os locais simbólicos do salazarismo em altares de romaria nostálgica sob o pretexto de os “interpretar”, parece-me totalmente fora de propósito.

A efeméride da libertação de Auschwitz foi transformada num puro ato de propaganda legitimadora do genocídio palestiniano e de apelo ao silenciamento de quem o denuncia. 

A banalidade do mal fabricada pela alienação é o caminho aberto para o desastre que só a resistência contra-hegemónica pode e deve travar.

Ao contrário das FP-25, cujos membros foram presos e julgados, os chefes e quadros do MDLP ficaram impunes.

Durante a inauguração do Museu Nacional Resistência e Liberdade na Fortaleza de Peniche, o historiador lembrou o papel de António Spínola como chefe da organização terrorista MDLP e a oposição deste ao fim da polícia política e à libertação dos presos políticos. 

Resistir e derrotar as ameaças da direita e da extrema direita tendencialmente aliadas só pode significar uma profunda alteração democrática da política, da economia e da sociedade portuguesa. Por Fernando Rosas.

A situação exige às esquerdas portuguesas concertação e diálogo para agir em conjunto, para defender o essencial, para abrir caminhos novos.

O envolvimento do Estado (Governo e autarquias) no financiamento e organização da Jornada Mundial da Juventude da Igreja católica é, provavelmente, a mais grave violação do princípio constitucional da separação do Estado e das Igrejas desde que foi institucionalizada a democracia. Por três ordens de questões.

A meu ver existe um perigo real da extrema direita fascizante em Portugal. A extrema direita, como no passado o fascismo canónico, cavalga os destroços das políticas antissociais do capitalismo neoliberal e o seu rasto de pobreza e impiedade.

O Esquerda.net reproduz neste artigo a intervenção de Fernando Rosas na sessão inaugural da Conferência Internacional “Resistência juvenil, ditaduras e políticas de memória.  O assassinato de Ribeiro Santos em 12 de Outubro de 1972”.