As manifestações populares do 25 de Abril foram as maiores de sempre. Centenas de milhares de pessoas saíram à rua em Lisboa, Porto e muitas outras cidades, em desfiles onde imperavam os cravos vermelhos mas também os cartazes com palavras de ordem antifascistas e pela liberdade.
Na Avenida da Liberdade, em Lisboa, o cortejo demorou horas a avançar. “Na verdade isto já não é um desfile, é uma ocupação da Avenida da Liberdade, que se tornou muito pequena para tanta gente que quis sair à rua”, afirmou a coordenadora bloquista Mariana Mortágua aos jornalistas.

“Há um país inteiro que sai à rua hoje em Lisboa, no Porto, em tantas cidades. E não é só para celebrar os 50 anos do 25 de Abril. É para marcar uma posição, par dizer que em Portugal a democracia não se negoceia. A democracia não está em causa, há uma maioria de pessoas que apoia e defende a democracia”, afirmou Mariana Mortágua.
As manifestações juntaram partidos, sindicatos, associações, coletivos e várias gerações de manifestantes, dos mais jovens até aos que testemunharam o dia que pôs fim à ditadura. Um destes exemplos e talvez o mais simbólico, hoje com 90 anos de idade, é Celeste Caeiro, a mulher que distribuiu cravos pelos militares que participavam na operação de derrube da ditadura e acabou por dar o nome à Revolução portuguesa, que fez questão de participar no desfile, descendo a avenida na sua cadeira de rodas.
A manifestação em Lisboa contou também com a presença do presidente da Esquerda Europeia, Walter Baier, que é também o candidato deste grupo político à liderança da Comissão Europeia a seguir às eleições de 9 de junho.
.@WalterBaierEL, president and spitzenkandidat of @europeanleft, in the demonstration in Lisbon with @BlocoDeEsquerda for the 50th anniversary of the 25th of April revolution.
25th of April, a crucial day for Portugal, Italy and Europe#25Abril #25aprile pic.twitter.com/5vvGTbMJps— European Left (@europeanleft) April 25, 2024

No Porto, o desfile arrancou do Largo Soares dos Reis após a homenagem aos resistentes antifascistas junto à antiga sede da PIDE. Muitos milhares de pessoas encheram as ruas do centro da cidade rumo à Avenida dos Aliados por entre cravos e bandeiras. Também aqui se ouviram muitas palavras de ordem contra o fascismo e pela democracia, num desfile cheio de cor e que terminou com música, com o concerto dos Cara de Espelho.
Em Coimbra, mais de oito mil pessoas saíram à rua para a manifestação popular convocada para a Praça da República. Com uma forte participação estudantil, o desfile seguiu até ao Pátio da Inquisição e irá ficar na memória da cidade como uma das maiores manifestações ali realizadas.