“População não pode continuar refém da incompetência do Ministério da Saúde e do Governo”

29 de agosto 2023 - 12:13

Greve nacional a 14 e 15 de novembro, com manifestação no primeiro dia, e uma caravana pelo país entre 5 de setembro e 15 de novembro, figuram entre as respostas da Federação Nacional dos Médicos à “má fé e irresponsabilidade do Ministério da Saúde e do Governo”.

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Foto de Paulete Matos.

Vinte e oito dias após a FNAM ter entregue a sua contraproposta no Ministério da Saúde (MS) relativamente às grelhas salariais, novo regime de dedicação e integração do internato médico na carreira, a estrutura sindical ainda não obteve qualquer resposta.

“Assim, face ao silêncio, e quando está marcada para o próximo dia 11 de setembro, no MS, às 11h00, a sexta reunião suplementar das negociações, o Conselho Nacional da FNAM decidiu convocar dois dias de Greve Nacional para todos os médicos para 14 e 15 de novembro, uma manifestação nacional no dia 14 de novembro, e realizar uma Caravana que vai percorrer o país e algumas das principais unidades do SNS, entre os dias 5 de setembro e 15 de novembro”, lê-se no comunicado divulgado esta segunda-feira.

De acordo com a FNAM, “o objetivo é ouvir os médicos e apoiar a que continuem a entregar as declarações de indisponibilidade para realizar trabalho suplementar além das 150 horas obrigatórias por ano, demonstrando que é urgente uma grelha salarial justa e condições de trabalho dignas para todos os médicos no SNS”.

A Caravana, com início já a 5 de setembro, arranca no Porto, com uma ação que decorrerá entre as 8h e as 10h, à margem do 2º Simpósio da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre “O Futuro dos Sistemas de Saúde na era digital” [Future of health systems in a digital era]. A iniciativa passará por Viana do Castelo, Braga, Bragança, Chaves, Penafiel, Aveiro, Coimbra, Leiria, Guarda, Viseu, Setúbal, Évora, Faro, até acabar em Lisboa, nos dois dias de Greve Nacional de 14 e 15 de novembro, com manifestação em frente ao Ministério da Saúde, às 15h, no dia 14.

Posteriormente, uma delegação da FNAM irá ainda a Bruxelas, ao Parlamento Europeu e à delegação da Comissão Europeia, entregar aos deputados portugueses eleitos e à Comissária Europeia para as questões da Saúde, Stella Kyriakides, um Manifesto em defesa de uma saúde pública.

“Os médicos e o SNS não têm mais tempo a perder. A população em Portugal merece uma saúde universal, acessível, eficiente e de qualidade, e não pode continuar refém da incompetência do Ministério da Saúde e do Governo”, escreve a estrutura sindical.

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