Em comunicado, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) dá conta de que na reunião de 5 de julho com o Ministério da Saúde não foi possível chegar a acordo sobre as matérias a incluir nas negociações entre as duas partes.
“Apesar da FNAM ter aceitado incorporar no protocolo negocial todos os pontos propostos pelo MS, o Governo recusou incluir os pontos propostos pela FNAM, fundamentais para garantir soluções que defendam o SNS, impossibilitando a assinatura do protocolo e empurrando os médicos para a greve e outras ações de luta”, afirma a federação sindical, anunciando o agendamento de uma greve geral nacional para todos os médicos a 23 e 24 de julho, para além de uma greve ao trabalho extraordinário nos cuidados de saúde primários a partir de 23 de julho até 31 de agosto e do apelo aos médicos para usarem as minutas de indisponibilidade para o trabalho suplementar para além dos limites legais.
Segundo a FNAM, o Ministério propôs a negociação da remuneração base dos médicos apenas em 2025, quando os sindicatos consideram o tema prioritário e queriam começar a negociar já este ano. No protocolo proposto pelo Ministério, não estavam também incluídas medidas para a melhoria das condições de trabalho e valorização da carreira de todos os médicos, “com a recusa de incluir a revisão do período normal de trabalho e reintegração do internato médico na carreira médica”.
Os médicos acusam o Governo de ter como única proposta a “recompensa extraordinária” do trabalho suplementar até ao fim deste ano e consideram que esta é “mais uma medida avulsa que condena os médicos ao trabalho suplementar e à exaustão, colocando em risco a segurança dos doentes”.