Durante a audição da ministra da Habitação na Comissão Parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, a coordenadora bloquista enfatizou que estamos perante uma “catástrofe na habitação” e que o Governo quer “parar o dilúvio com um pequeno guarda-chuva”.
Mariana assinalou que não há nada no pacote Mais Habitação “que reduza o preço exorbitante das casas; não há nada que faça com que um salário passe a pagar uma casa; não há nada que reduza o peso absurdo que o turismo tem em algumas zonas do país; não há nada que diminua o fluxo de casas vendidas a não residentes; não há nada que combata e que acabe com a especulação dos fundos imobiliários; e não há nada que acabe com as casas vazias quando tanta gente precisa de uma casa e não a tem”.
E se o pacote Mais Habitação “já era recuado e era pouco, o que fica marcado na especialidade, em vez de avanços e melhorias, são mais recuos do Partido Socialista. Até nos vistos gold, o PS conseguiu ceder aos interesses financeiros”, frisou a dirigente do Bloco.
Conforme defendeu, até no que respeita à medida, positiva, de limitar o aumento de rendas em 2%, o executivo socialista introduziu um “efeito perverso”. Mediante o adiamento da limitação ao aumento das rendas para junho, os proprietários puderam recorrer a despejos e a aumentos muito superiores das rendas desde que a medida foi anunciada, em fevereiro. E é por isso que Mariana defende que é necessário retroagir a regra a esse momento.
Apoio à renda: "Governo levou pessoas ao engano e depois quis emendar a mão”
Sobre o apoio à renda, a coordenadora bloquista enfatizou que a ministra pode tentar negar, mas o que é certo é os critérios mudaram, já que foi anunciado que seriam os rendimentos líquidos a ser considerados e passaram a ser os rendimentos brutos.
“O Governo levou pessoas ao engano e depois quis emendar a mão”, vincou Mariana.
Acresce que as pessoas não sabem a quem recorrer para pedir esclarecimentos e são deixadas sem respostas.
Já no que respeita aos juros do crédito à habitação, a dirigente do Bloco referiu o caso específico de quem “quem deixa de comer para pagar ao banco”.
“O Governo mantém o negócio tal como está; mantém as causas estruturais da crise na habitação tal como estão; mantém quem lucra com a crise na habitação tal como está; e deixa que os salários sejam esmagados neste processo”, rematou.