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Luta pelo direito à habitação também esteve à porta da reunião do Governo

Após o bloqueio matinal do edifício onde António Costa reuniu o Conselho de Ministros desta quinta-feira, o Passeio Marítimo de Algés acolheu horas depois outro protesto, desta vez com a presença de alguns ativistas das associações que convocam as manifestações "Casa para Viver" para o próximo dia 30 de setembro em várias cidades do país.
O objetivo da sua presença, além de reforçar a mobilização para as manifestações, foi o de voltar a exigir respostas urgentes para a crise da habitação, pois consideram que as medidas já anunciadas não trazem essas respostas. “Todo o pacote Mais Habitação, temos dito e repetido, não vem resolver os problemas da habitação e, por isso, estamos aqui hoje”, afirmou Maria João Costa, da Habita - Associação pelo Direito à Habitação e à Cidade. “Está, apesar de tudo, nas mãos do Governo propor medidas que finalmente resolvam o problema”, disse a ativista à agência Lusa, referindo que a crise da habitação “está a afetar a vida de milhares de pessoas”.
Também Vasco Barata, da associação Chão das Lutas, desafiou o Governo a "ter uma palavra mais forte de defesa das pessoas e não ser tão permeável às narrativas do sistema financeiro e às narrativas dos grandes especuladores da habitação”.
Os ativistas deram declarações pouco antes de Christine Lagarde anunciar nova subida das taxas de juro, que terão um impacto ainda mais forte nos orçamentos das famílias com créditos à habitação. Se a subida já era esperada, a resposta que defendem passa pelo alívio das prestações. Vasco Barata defendeu que deve ser a Caixa Geral de Depósitos a dar o exemplo enquanto banco público "e aplicar uma taxa mais baixa que faria concorrência aos outros bancos para poderem também baixar as suas taxas”.
Acima de tudo, o que é necessário são "medidas que regulamentem o mercado, que fixem os juros e que limitem os juros, porque uma coisa nós sabemos: se esta crise estivesse a atacar minimamente a banca e o setor financeiro, medidas robustas já tinham sido tomadas para os salvar”, criticou o ativista da Chão das Lutas.
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