Ativistas climáticos bloquearam entradas do Conselho de Ministros

14 de setembro 2023 - 11:49

A reunião dos membros do Governo começou atrasada por causa do protesto de cerca de 20 ativistas da Greve Climática Estudantil. "A crise climática devia ser o tema central desta reunião", defendem.

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Estudantes bloqueiam entrada da reunião do Conselho de Ministros
Estudantes bloqueiam entrada da reunião do Conselho de Ministros. Foto Miguel A. Lopes/Lusa

Ativistas da Greve Climática Estudantil bloquearam esta quinta-feira de manhã a entrada do edifício do IPMA, em Algés, onde decorre a reunião do Conselho de Ministros. Cerca de 20 jovens usaram cola e tubos para se prenderem às portas de entrada e acabaram por ser retirados pela polícia, provocando o atraso na chegada dos ministros para a reunião.

"A crise climática devia ser o tema central desta reunião. É a maior crise que a humanidade já enfrentou e os governos não estão a lidar com isso dessa forma. Estamos aqui a reivindicar a eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, para que este inverno seja o último em que se utiliza gás fóssil para produção de eletricidade e porque os governos não fazem nada para pôr estes assuntos no centro", afirmou à RTP Beatriz Xavier, porta-voz do protesto.

A ativista diz que já não espera que o Governo debata ou negoceie com os jovens que têm organizado manifestações e ações de protesto pela justiça climática nos últimos anos, "porque sabemos que este governo e todos os governos do mundo já têm conhecimento da ciência climática há muito mais tempo que nós" e continuam sem tomar medidas com a urgência que a situação exige.

"Nós somos apenas estudantes, eu estou a faltar à primeira semana de aulas para estar aqui. Não estamos aqui de bom grado, estamos aqui porque eles não fazem nada e nunca fizeram nada, apesar de saberem disto há muito mais tempo que nós", prosseguiu Beatriz Xavier, ainda sem respostas da polícia sobre o destino dos jovens detidos no local.

"Este é um ato muito corajoso, eles não estão aqui por si, estão por todos nós. Temos uma equipa legal e sabemos as consequências. Mas sabemos que as consequências com que iremos lidar com a crise climática - neste momento na Líbia, 20 mil pessoas morreram só na cidade de Derna - vão-nos afetar muito mais do que uma simples detenção. Vamos fazer tudo para que haja ação e que haja mudança", prometeu a ativista.

Depois de terem promovido a ocupação de escolas e universidades, os estudantes regressam às ruas esta sexta-feira, 15 de setembro, com uma marcha global “contra a inação das instituições” e “pela justiça climática”, a realizar-se a partir das 10h na Cidade Universitária, em Lisboa.