Juros atingem novo máximo e representam 60% da prestação

17 de novembro 2023 - 15:47

Instituto Nacional de Estatística avança que a taxa de juro nos créditos à habitação subiu 16,3 pontos base em outubro, face ao mês anterior, e é a mais elevada desde março de 2009. De uma prestação média de 393 euros, famílias pagam 234 euros em juros.

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Foto de Ana Mendes.

Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e citados pelo Dinheiro Vivo, mostram que a taxa de juro implícita no conjunto dos créditos à habitação voltou a aumentar em outubro, fixando-se em 4,433%, o que representa um novo máximo desde março de 2009. Em relação a setembro, registou-se uma subida de 16,3 pontos base (p.b).

Mediante o aumento exponencial da Euribor, taxa interbancária utilizada pelos bancos como taxa de referência do crédito habitação, a prestação média paga pelas famílias também sofreu um agravamento, atingindo os 393 euros. Este valor equivale a uma subida de seis euros face ao mês precedente e de 113 euros em relação a outubro do ano passado, ou seja, mais 42%.

Dissecando a prestação média paga pelas famílias é possível aferir que 234 euros (60%) correspondem a pagamento de juros e 158 euros (40%) a capital amortizado. Em 2022, os juros equivaliam a somente 25% da prestação média, de cerca de 279 euros.

Ainda assim, "pela primeira vez nos últimos 12 meses, registou-se uma redução da taxa de variação homóloga do valor médio da prestação face à observada no mês anterior (41,9%)".

No que respeita, especificamente, aos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 4,366% em setembro para 4,380% em outubro. O valor registado no mês passado é o mais alto desde abril de 2012.

Nos empréstimos para aquisição de habitação, que podem ter como propósito obras e construção, a taxa de juro implícita para o total dos contratos aumentou para 4,408%, mais 16,1 p.b face a setembro. No que se refere aos contratos dos últimos três meses, a subida foi de 1,3 p.b, para 4,364%.

No mês passado, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos atingia 64 186 euros, um aumento de 224 euros face a setembro. Tendo em conta os empréstimos firmados nos últimos três meses, o montante médio em dívida aumentou 1711 euros em relação a setembro, fixando-se em 125 103 euros.

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