O Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) reuniu este sábado e decidiu endurecer a luta caso a ministra não desbloqueie o início das negociações. Para já, apelou à entrega das declarações de indisponibilidade para trabalho suplementar além do limite anual legal, numa altura em que boa parte dos médicos já ultrapassou as 150 horas extraordinárias que são o limite anual previsto na lei, um número que aumentou para 250 horas para os que tiveram de aderir ao regime de dedicação plena criado pelo anterior Governo.
A FNAM decidiu também que caso o Ministério da Saúde não mostre vontade política em negociar, avançará para uma “greve nacional, geral, para todos os médicos e greve ao trabalho suplementar nos cuidados de saúde primários”.
Depois de verem cancelada a reunião negocial prevista para o fim de junho e de ter manifestado disponibilidade para reunir na próxima semana, a FNAM ainda não recebeu nenhuma convocatória do Ministério e por isso olha “com muita preocupação para este impasse no arranque da negociação e finalização de um protocolo negocial, tendo em conta a urgência que existe em garantir médicos no SNS”.
Não é segredo que os médicos querem ver incluída na agenda das negociações a “negociação da grelha salarial, a reposição da jornada de 35 horas semanais, a reintegração do internato médico na carreira, a progressão na carreira e outras medidas que valorizem os médicos e melhorem as suas condições de trabalho”, acrescenta o comunicado da FNAM, concluindo com a exigência de que o Ministério “avance com a negociação de forma célere, transparente e competente, de forma a garantir médicos no SNS que se pretende universal, acessível e de qualidade para toda a população”