Lutas

CGTP convoca manifestações para Lisboa e Porto a 9 de novembro

13 de setembro 2024 - 11:31

Direção da central sindical acusa o Governo de fazer “propaganda e demagogia” para desviar as atenções enquanto desenvolve uma política fiscal que favorece os grupos económicos e aprofunda a desigualdade na distribuição da riqueza.

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manifestação da CGTP em novembro de 2023
Manifestação da CGTP em novembro de 2023. Foto CGTP

O Conselho Nacional da CGTP aprovou esta quinta-feira a convocatória de uma manifestação nacional, a realizar em Lisboa e no Porto no dia 9 de novembro, uma semana após a votação do Orçamento do Estado para 2025 na generalidade. Esta mobilização “pelo aumento dos salários e pensões, pela defesa e melhoria dos direitos, pelo direito à habitação e o direito à saúde, pela defesa e o fortalecimento dos serviços públicos, exigindo um outro rumo para o País” foi marcada para um sábado e será o culminar de um mês de plenários, concentrações e greves.

Descrevendo um país onde “é cada vez maior o fosso entre os poucos que têm muito e os muitos que lutam para sobreviver”, a CGTP acusa o Governo do PSD/CDS de recorrer à  “propaganda e demagogia” para “desviar as atenções da falta de resposta aos graves problemas dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados e do País” ao mesmo tempo que “cumpre o seu compromisso com os interesses do capital, nomeadamente através de uma política fiscal que favorece os grupos económicos, sejam nacionais ou multinacionais, e aprofunda a desigualdade na distribuição da riqueza”.

A CGTP sublinha ainda que o patronato procura aproveitar “a correlação de forças a seu favor e a intenção expressa pelo governo de levar mais longe a desregulação das condições de vida e de trabalho”, desfilando pelos palcos mediáticos com exigências de alteração da legislação laboral para facilitar despedimentos e introduzir mais precariedade, além de manter o bloqueio da contratação coletiva.

“O que valoriza o trabalho e os trabalhadores são salários dignos e respeito pelos direitos e por todas as carreiras e profissões, e não a substituição de aumentos salariais por insuficientes reduções de impostos sobre quem trabalha”, prossegue a resolução aprovada, defendendo que o caminho é o aumento de salários e pensões.

Em concreto, as reivindicações centrais passam por aumentos de 15% e não inferiores a 150 euros, salário mínimo de 1000 euros no início de 2025, reposição da contratação coletiva e revogação da caducidade, redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais sem perda de salário e o fim da desregulação dos horários e de todas as tentativas de generalizar a laboração contínua e o trabalho por turnos, além do combate à precariedade, investimento nos serviços públicos e aumento significativo do valor das pensões de reforma.

A central sindical anunciou também a abertura do seu Espaço Memória - Centro de Arquivo, Documentação e Audiovisual da CGTP-IN, localizado na antiga fábrica da Mundet no Seixal, com inauguração marcada para o dia 1 de outubro. Além da gestão do património documental, o espaço irá acolher exposições, conferências e outras iniciativas sindicais e culturais.