Inflação

A tendência de aumento dos preços dos bens alimentares essenciais continua. No cabaz da Deco, esta semana os preços que mais subiram foram os da pescada fresca, dos cereais e da perna de peru.

De acordo com o INE, a generalidade dos preços em fevereiro deste ano continuou a subir, quando comparados com os do ano anterior, embora de forma menos acentuada, com destaque para a eletricidade e produtos alimentares não transformados.

O primeiro mês do ano viu a inflação em Portugal subir para 2,3%, invertendo assim a tendência de abrandamento registada os meses anteriores.

O cabaz alimentar básico sobe até ao valor mais alto de sempre, aumentando 20 euros numa semana, mais 63 do que no ano passado. Também aumentam rendas, eletricidade, telecomunicações e vários transportes públicos.

Um estudo publicado pelo Observatório das Crises e Alternativas defende que a subida das taxas de juro não ajuda a combater o atual processo inflacionário e só acentua as fragilidades estruturais da economia portuguesa.

Empresas de energia, bens alimentares, bancos e farmacêuticas estão na lista das que mais lucraram com o aumento do custo de vida. Os lucros das 722 maiores empresa do mundo nos últimos dois anos dispararam 89% em relação aos anos anteriores, aponta o relatório da Oxfam e ActionAid.

As taxas de juro vão continuar a subir na Zona Euro, avisou Christine Lagarde. Quanto à percentagem de famílias portuguesas que recorrem a empréstimos a taxa variável, a 7ª mais alta da Zona Euro, a líder do BCE diz apenas que “são escolhas, é da vida”.

O banco liderado por Mário Centeno diz que a subida generalizada dos preços na economia portuguesa esteve fundamentalmente associada a um aumento dos lucros das empresas, enquanto os salários da maioria dos trabalhadores pouco subiram.

A Lusa experimentou comprar um conjunto de alimentos que estão integrados na medida e concluiu que custam mais dois euros. No mesmo dia soube-se que o preço das frutas e vegetais em Portugal está acima da média da União Europeia.

Catarina Martins apresentou este domingo a proposta que irá levar ao Parlamento para rejeitar o Programa de Estabilidade 2023-2027 apresentado por Fernando Medina e reformulá-lo no sentido de recuperar rendimentos e investir nos serviços públicos.