A agência noticiosa nacional fez a experiência de comparar 46 produtos alimentares abrangidos pelo IVA zero e concluiu que custam agora mais dois euros do que custavam no dia 18 de abril, altura em que a medida entrou em vigor.
A Lusa explica que escolheu os produtos para integrar neste cabaz através de dois critérios: o cabaz de alimentação saudável do Ministério da Saúde e os dados sobre os produtos mais consumidos no país, incluindo assim alimentos como frutas, legumes, carne, peixe, laticínios, leguminosas, óleos, azeite, margarina, ovos, massa, arroz e conservas de atum. O resultado foi que, quando no seu conjunto antes custavam 156,44 euros, esta segunda-feira custavam 158,44 euros.
De acordo com os responsáveis do estudo, a subida explica-se sobretudo pela evolução dos preços de alguns produtos: “o saco de batata de 3,0 quilos, cujo preço aumentou 11 cêntimos desde aquela data de entrada em vigor da isenção do IVA, bem como a cebola nova (cujo preço por quilo está agora nove cêntimos mais caro), o alho francês (mais 10 cêntimos), a alface lisa (mais 75 cêntimos), o quilo de brócolos (mais 62 cêntimos) ou a laranja (mais 28 cêntimos)” e “o peito de frango (cujo preço está agora 31 cêntimos por quilo mais caro)”.
Há ainda uma lista grande de produtos cujos preços se mantiveram inalterados: arroz agulha e arroz carolino, courgete, espinafres congelados, bananas, leite meio-gordo (neste caso da marca “branca” da empresa de distribuição), ovos, bifana, prema de peru, bacalhau, sardinha, azeite, manteiga e iogurte vegetal.
Apenas em cinco casos houve descidas. A maior na esparguete de marca branca que custava 1,21 euros em 18 de abril, tendo passado para 0,75 euros.
A Lusa explica que as empresas têm até 15 dias “para refletir no preço de venda aos consumidores a redução de 6% para 0% na taxa do IVA naquele cabaz de 46 produtos”.
O preço das frutas e vegetais em Portugal fica acima da média da União Europeia
No mesmo dia, ficou-se a saber que, em Portugal, os produtos hortícolas aumentaram 35,5% e o os frutícolas 20,7% entre março do ano passado e março deste ano. Neste caso, a subida é anterior à medida do IVA zero. Isto fez com que os vegetais ficassem 12,3% mais caros do que a média europeia e as frutas 11%.
Os números são do Eurostat, foram divulgados esta segunda-feira, e são analisados pelo Dinheiro Vivo que destaca que “para estes dois tipos de produtos os preços continuam em alta, ultrapassando inclusivamente a variação anual registada em dezembro do ano passado, de 23,5%, no caso dos vegetais, e de 16,5% relativamente às frutas”.
As contas do Eurostat indicam ainda um desaceleramento da subida de alguns outros bens alimentares: no caso da carne, houve uma atenuação do nível de aumentos de 21,2% para 17,6%; nos ovos, leite e queijo de 31,8% em dezembro passou-se para 28%, em março; nos óleos e gorduras, como margarinas, manteigas e azeite, no final do ano estava a subir 33,7% e no primeiro trimestre passaram a subir 17,4%.