Com o virar do ano, os bolsos de quem vive e trabalha em Portugal ficaram ainda mais vazios com a subida generalizada de preços. As rendas continuam a escalar, sem que o Governo tenha tomado medidas para fazer face à crise da habitação. Pelo contrário, o executivo da maioria socialista agravou-a com as benesses a não residentes endinheirados, nómadas digitais e a ausência de controlo dos alojamentos locais. Já os salários já não chegam para pagar casa onde morar. A despesa com a alimentação agravou-se com o fim, no dia 5 de janeiro, do “IVA zero”, mas também face à atualização generalizada do preço de vários produtos. Os preços da eletricidade dispararam, e as empresas de telecomunicações apressaram-se a anunciar a atualização dos seus tarifários. A população residente foi ainda confrontada com os aumentos das portagens e de alguns dos transportes públicos. Subiram os preços dos seguros de saúde e até enviar uma carta pelos correios tornou-se 9,5% mais caro.
Esta quarta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) avançou, na sua estimativa rápida, que a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 2,3% em janeiro de 2024, o que representa uma taxa superior em 0,9 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior. E implica também uma inversão da tendência de abrandamento desta taxa, registada nos últimos meses.
O INE avança que “esta aceleração é em parte explicada pelo aumento de preços da eletricidade e pelo fim da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais”.
Já o indicador de inflação subjacente, equivalente ao índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, a variação terá sido de 2,5%, 0,1pp menor do que a do mês de dezembro. No que respeita à variação do índice relativo aos produtos energéticos, o aumento foi de 0,2%, quando no mês precedente tinha sido de -10,5%, e o índice referente aos produtos alimentares não transformados ter-se-á fixado em 3,2%, não tendo ultrapassado os 2% em dezembro.
Comparativamente com o mês anterior, a variação do IPC terá sido nula, enquanto em dezembro foi de -0,4%, e em janeiro de 2023 de -0,9%.
O INE estima ainda uma variação média nos últimos doze meses de 3,8%. Em dezembro a mesma foi de 4,3%.
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, calculado com a mesma metodologia em todos os países da União Europeia, para permitir a comparação de dados, terá registado uma variação homóloga de 2,6% 1,9% no mês precedente).