EUA

Nas vésperas de um presidente de extrema-direita voltar a assumir o poder nos Estados Unidos, olhamos para o trumpismo e o que se pode perspetivar, interna e externamente, para o futuro da superpotência mundial. Dossier organizado por Carlos Carujo.

O trumpismo existe para além de Trump e tem diversas componentes. E, para o compreender, é preciso também analisar o impacto da esquerda no país ao longo das últimas décadas.

Paul Le Blanc

Preparado pelo think-tank Heritage Foundation, o documento prevê a substituição de dezenas de milhares de funcionários federais por outros leais a Trump e dispostos a executar a sua agenda. Entra agora na Casa Branca pelas mãos de Russell Vought.

David Hastings Dunn

Trump pretende reduzir impostos aos mais ricos, mais protecionismo e guerras aduaneiras e deportar milhões de migrantes. É difícil de prever o que concretizará. Mas avizinha-se um período com muitas turbulências económicas.

Rob Hoveman

Para além da guerra comercial com o México poder levar ao aumento do fluxo migratório para os EUA, a ideia das deportações em massa também é um potencial desastre também para a economia norte-americana.

Victor Cabral

Os indivíduos nomeados por Trump para posições-chave na administração dos EUA revelam uma realidade ainda mais assustadora do que poderíamos temer.

Daniel Tanuro

No primeiro mandato, Trump enfrentou as manifestações de milhões de mulheres e do Black Lives Matter. Nos últimos anos, houve greves impressionantes e estudantes de dezenas de campus enfrentam repressão para exigir fim da guerra genocida contra Gaza. Exemplos da ação necessária para lutar contra o trumpismo e a classe dominante.

Kay Mann

Trump, declarado negacionista climático, volta à Casa Branca com promessas de ser ainda mais duro com restrições ambientais.

Cristiane Prizibisczki

Além de ter escolhido um secretário de Estado anti-vacinas, o futuro presidente planeia desfinanciar o Obamacare, abrir ainda mais espaço para as empresas na saúde e dificultar o acesso ao aborto.

Candice Choo-Kang

Trump será certamente mau para o clima, para a democracia americana, para as mulheres e para as minorias. Quanto ao resto, só podemos especular. Na política externa os seus instintos são isolacionistas mas a imprevisibilidade é a sua marca.

Walden Bello

O tema subjacente à política externa dos EUA continua a ser um consenso das elites. Na sua utilização da maquinaria do império americano e da ideologia da primazia perpétua, Trump partilha muito com os seus antecessores. Máximo poder, máxima pressão – sem ilusões consoladoras.

Tom Stevenson

Benjamin Netanyahu aguardava ansiosamente a vitória de Trump e fez tudo o que podia para contribuir para ela. O que é que nos espera agora que o regresso de Trump à Casa Branca está confirmado?

Gilbert Achcar

Quando um CEO de uma grande empresa da saúde privada é assassinado na via pública e a reação popular vai desde o desdém pela vítima à imediata aprovação, há aqui qualquer coisa de inédito a acontecer e uma condenação superficial não nos leva mais perto de perceber o que se está a passar.

Charles Taylor

Benjamin Netanyahu aguardava ansiosamente a vitória de Trump e fez tudo o que podia para contribuir para ela. O que é que nos espera agora que o regresso de Trump à Casa Branca está confirmado?

Gilbert Achcar

Biden e Harris gabavam-se de uma economia americana vibrante. Um número suficiente de eleitores não estava convencido da mensagem por considerarem estar a perder devido a preços elevados e empregos precários, enquanto os ricos e instruídos de Wall Street e das mega empresas de alta tecnologia ganham milhares de milhões.

Michael Roberts

Estados Unidos da América criticam mandado e Hungria, que subscreve o Tribunal Penal Internacional, rejeita aplicar mandado. Alemanha ainda a "avaliar" a situação e Reino Unido não revela posição.

Os indivíduos nomeados por Trump para posições-chave na administração dos EUA revelam uma realidade ainda mais assustadora do que poderíamos temer.

Daniel Tanuro

Vale ressaltar que esta crise cívica a qual similarmente vem sendo anunciada, examinada e avaliada por muitos outros intelectuais, educadores e cientistas políticos, desde há um certo tempo, começou a se instalar no momento em que a nova superestrutura do capitalismo, isto é, o neoliberalismo, se hospedou no país.

António Carlos Will Ludwig

Para conquistar os eleitores da classe trabalhadora os democratas precisavam de atacar as elites económicas. Mas a campanha de Kamala Harris não ofereceu consistentemente um contraponto anti-elite ao populismo de direita de Donald Trump.

Milan Loewer

Numa mudança de política, a empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp decidiu acabar com a política que proibia a disponibilização da tecnologia para fins militares. Nick Clegg justifica que a Meta apoia os EUA e os seus “valores democráticos” e os seus “mais próximos aliados”.