Está aqui
Verão no hemisfério norte foi o mais quente de sempre

Os três meses de verão no hemisfério norte registaram uma temperatura média de 16,77°C, "de longe a mais quente já registada no mundo”, segundo o Programa de Observação da Terra da União Europeia, Copernicus. Comparando com a média entre 1991 e 2020, período em que já se fez sentir o efeito das alterações climáticas no aumento da temperatura, o verão deste ano ficou 0,66°C acima desse valor. Julho e agosto foram os dois meses mais quentes desde que há registo no hemisfério norte.
E tudo indica que o conjunto do ano de 2023 irá bater todos os recordes de temperatura. Nos primeiros oito meses do ano, a temperatura média ficou apenas 0,01°C abaixo do registado em 2016, o ano que detém o recorde. “Dado o excesso de calor na superfície dos oceanos, 2023 provavelmente será o ano mais quente (...) que a humanidade já conheceu", de acordo com Samantha Burgess, vice-directora do departamento de mudanças climáticas (C3S) do Copernicus, citada pela RFI.
"O colapso climático começou", afirmou António Guterres após a divulgação dos dados da temperatura pelo programa Copernicus e a Organização Meteorológica Mundial. Além do verão mais quente de sempre no hemisfério norte, também no hemisfério sul foram batidos muitos recordes de calor em pleno inverno austral. E os fenómenos climáticos extremos têm-se repetido nas últimas semanas, com ondas de calor, secas, incêndios e cheias a uma escala sem precedentes na Europa, Ásia e América do norte.
“O nosso clima está a implodir mais depressa do que conseguimos aguentar, com fenómenos meteorológicos extremos a atingir todos os cantos do planeta”, avisou Guterres, lembrando que “os cientistas há muito que alertaram para as consequências da nossa dependência dos combustíveis fósseis”.
Adicionar novo comentário