"Feminismos e Austeridade" no Socialismo 2012
Vive-se hoje uma crise sistémica sem precedentes. A bolha financeira de 2008 teve reflexos na economia real, acumulando-se com outras crises (alimentar, energética, climática, social e cultural). Em muitos dos países europeus, a crise económica foi usada para concentrar a riqueza e o poder em poucas mãos, explorando ao máximo a força de trabalho e limitando práticas democráticas.
A “resposta” dominante não constitui, de todo, uma solução, pois promove a degradação das condições de vida da maioria das pessoas e coloca em risco a sobrevivência do nosso planeta. É hoje um imperativo o traçar de um novo rumo e de outras respostas que dignifiquem a vida humana e respeitem o nosso globo.
O impacto que esta crise, e as “respostas” neoliberais, austeritárias e conservadoras tomadas em seu nome, têm e terá na vida das mulheres é já bem visível em várias dimensões das nossas vidas e constitui uma questão particularmente crítica na construção de resistência e resposta dos movimentos sociais à escala europeia.
Enquanto feministas, comprometidas com o combate ao capitalismo e ao patriarcado e almejando sociedades livres de qualquer forma de exploração, opressão e dominação, importa compreender em que é que a agenda austeritária afecta a vida das mulheres, e que respostas podem e devem ser dadas neste contexto. Enquanto feministas, comprometidas com o combate ao capitalismo e ao patriarcado e almejando sociedades livres de qualquer forma de exploração, opressão e dominação, que respostas podem e devem ser dadas neste contexto? Como? A que escala(s)? Com quem? Eis algumas das perguntas que procuraremos neste painel levantar.