Palestina

“Rangel fica na história como o barqueiro das bombas do genocídio”

23 de setembro 2024 - 20:18

Bloco de Esquerda e associações do movimento pela libertação da Palestina entregaram mais de 3.000 assinaturas pela retirada do pavilhão português ao navio Kathrin. Mariana Mortágua diz que Paulo Rangel ficará conhecido como "o barqueiro das bombas com que estão a cometer o genocídio em Gaza".

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Paulo Rangel
Paulo Rangel. Foto PSD/Flickr

O Bloco de Esquerda, juntamente com o movimento pela libertação da Palestina, entregou esta segunda-feira mais de 3.000 assinaturas que pedem ao governo que retire o pavilhão português ao navio Kathrin, que circula com material explosivo cujo destino é Israel.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, disse que o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, ficará conhecido como o “barqueiro das bombas que estão a cometer o genocídio em Gaza”.

“Mesmo depois de ter admitido que um navio com bandeira portuguesa carrega armas para o genocídio, Paulo Rangel está só à espera que essas armas cheguem mesmo a Israel para que possam servir contra o povo Palestiniano”, disse a dirigente bloquista.

Em declarações aos jornalistas no momento de entrega das assinaturas, Mariana Mortágua avisa também que Portugal poderá vir a ser acusado na justiça internacional por cumplicidade com genocídio. “Vários outros países estão a impedir o envio de armamento e de material explosivo para Israel, infelizmente essa não é a posição do governo português”.

O navio Kathrin viaja para o Montenegro e para a Esloénia, com o objetivo de descarregar explosivos cujo destino final são Israel. O cargueiro já tinha sido impedido de atracar na África austral. Ao início, Paulo Rangel recusou-se a admitir que o navio, que tem bandeira portuguesa, carregava explosivos. Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu esse facto mas continuou intransigente na recusa da retirada do pavilhão português ao navio.

Maria Grazia Rossi, representante da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina, disse que o movimento se juntava à entrega de assinaturas porque não quer que Portugal “seja cúmplice do crime de genocídio”.

Também Jonathan Benebgui, representante dos Judeus Pela Paz e Justiça presente no momento de entrega, disse achar uma vergonha que Portugal “continue a fomentar e a patrocinar o genocídio”. “Pessoalmente enquanto judeus, recusamo-nos a que o Estado de Israel use o nosso nome para continuar a massacrar palestinianos e dizemos claramente que não é em nosso nome”, concluiu.

O navio Kathrin continua a navegar em direção a Montenegro sob a bandeira portuguesa, transportando explosivos com destino a Israel com o apoio de Paulo Rangel e do governo português.

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