Esta quarta-feira, Mariana Mortágua acompanhou a vereadora independente Carla Castelo, eleita pela coligação "Evoluir Oeiras", durante uma visita guiada pela baixa de Algés. Esta zona tem sido muito fustigada por cheias rápidas, causando prejuízos aos comerciantes e, inclusive, a morte de uma senhora nas cheias de dezembro de 2022 na sua casa, uma cave. A própria estação de comboios, ali perto, já ficou submersa durante alguns períodos.
A coordenadora do Bloco destacou como Carla Castelo tem sido a principal voz da oposição a Isaltino, na medida em que a vereadora coloca os interesses da população à frente de interesses imobiliários.
“E o que assistimos neste concelho é que os interesses de especuladores imobiliários levam a uma sobre-construção que acaba por ir contra os interesses da população e do pequeno comércio”, apontou Mariana Mortágua.
A líder bloquista acrescentou que é isso que acontece quando se constrói e se impermeabilizam áreas que “deviam servir para impedir cheias”: “Ficamos muito mais suscetíveis a cheias rápidas que causam prejuízos aos pequenos comerciantes e que, inclusive, podem pôr em causa a vida das pessoas”.
Lembrando que Algés foi construído em cima de uma ribeira, Mariana Mortágua alertou para as consequências do excesso de construção. Acresce que, conforme sublinhou, o aumento dos preços da habitação, derivados “desta sobre-construção e desta sobre-atividade especulativa imobiliária, estão a expulsar as pessoas e os comerciantes que não conseguem pagar as rendas”.
“Quando não levamos as alterações climáticas a sério, é a vida e o bem-estar das pessoas que está em risco, para além da economia e dos bens materiais”, alertou.
Além de a construção de casas ter de respeitar o ambiente, a coordenadora do Bloco defendeu ainda que a política de transportes tem de servir para aumentar a mobilidade da população, permitir deslocações com menos orçamento, proteger o ambiente e combater as alterações climáticas.
Nesse sentido, Mariana Mortágua lembrou as propostas do Bloco para garantir transportes públicos acessíveis e de qualidade.
Em causa está, nomeadamente, a gratuitidade dos transportes públicos para jovens até aos 25 anos, pessoas com 65 ou mais anos, pessoas com deficiência, beneficiários de prestações sociais e desempregados de longa duração.
O Bloco propõe ainda a redução do preço dos passes dos transportes coletivos de passageiros para 15 euros e 20 euros, respetivamente para passes municipais e intermunicipais de transportes públicos. De acordo com o partido, em geral, o custo dos passes intermodais fora das áreas metropolitanas não deve ultrapassar os 50% do custo dos passes intermodais existentes nas áreas metropolitanas e os benefícios existentes nas áreas metropolitanas (nomeadamente a gratuitidade ou transportes a pedido para pessoas com mobilidade reduzida) sejam extensíveis a todas as Comunidades Intermunicipais (CIM).
No seu programa, os bloquistas preveem ainda o alargamento modal e tarifário dos passes intermunicipais, de forma a integrar num mesmo passe os modos de transportes existentes em cada CIM, os transportes entre diferentes CIM e os serviços da CP que sirvam a região. E que, caso essas alternativas públicas de transporte não existam, o Governo deva providenciar para que, na próxima legislatura, e em conjunto com as autarquias, tais soluções se concretizem.
O Bloco propõe ainda um passe ferroviário nacional, com a redução do preço mensal de até 40 euros para os comboios urbanos, regionais, inter-regionais e intercidades.