As pessoas presentes na apresentação do livro “Dar e Receber Amor em Todas as Suas Formas”, da autoria de Sara Dias Oliveira com a Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género (AMPLOS), impediram os membros da Associação Habeas Corpus de interromper a sessão na Livraria Buchholz. A Polícia de Segurança Pública foi chamada mas não interveio no sentido de impedir que a organização de extrema-direita não importunasse a sessão.
Um grupo de espetadores da sessão formou um cordão à porta da livraria para impedir a entrada dos cerca de oito membros do Habeas Corpus, onde estavam figuras conhecidas do grupo de extrema-direita como José Pinto-Coelho, candidato do PNR e do Ergue-te às eleições legislativas, e Djalme Santos, alvo de uma queixa por parte do Bloco do Esquerda devido à vandalização de propaganda política e um dos intervenientes nas várias interrupções de apresentações de livros protagonizadas pelo Habeas Corpus.
A Polícia de Segurança Pública, marcando presença com o corpo de intervenção, terá acabado por tirar à força as pessoas que estavam a fazer o cordão, em vez de proteger o público e os oradores da sessão dos membros do grupo de extrema-direita. Durante e depois do confronto, a sessão continuou normalmente dentro da livraria, onde se discutiu, por iniciativa da AMPLOS, a relação entre os pais e mães e os filhos LGBTQI+.
A Habeas Corpus já tinha anunciado nas suas redes sociais e nos seus grupos internos que iria interromper a sessão, como fez com a apresentação do livro “Mamã, quero ser um menino!” de Ana Rita Almeida e com “O avô Rui, o senhor do Café”, de Mariana Jones. A AMPLOS, em reação, alarmou para esta ameaça e apelou a que se juntassem pessoas para garantir que o ataque não seria violento nem disruptivo.
Mais de cem pessoas estiveram presentes na sessão para garantir que a organização de extrema-direita não repetia a tática disruptiva que já empregou várias vezes.