Apesar das melhorias dos últimos anos, o nível de poluentes no ar em muitos países europeus continua acima dos valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde, em particular nos países do centro-leste europeu e na Itália, revela esta segunda-feira a Agência Europeia do Ambiente (AEA).
No topo do ranking das cidades com ar mais limpo aparece a cidade portuguesa de Faro, seguida das suecas Umeå and Uppsala, com a média mais baixa das partículas finas, as partículas em suspensão com um diâmetro inferior a 2,5 micrómetros que são das principais causas de doenças respiratórias, cancro e AVC. Lisboa e Sintra, as outras duas cidades portuguesas monitorizadas, aparecem na 35ª e na 81ª posições, respetivamente, entre as 375 cidades europeias analisadas.
As crianças e adolescentes são os mais vulneráveis a esta poluição, aumentando o risco de doença ao longo da vida. E as mortes prematuras a cada ano, de acordo com a estimativa da AEA, ultrapassa as 1.200 entre os menores de 18 anos.
O ozono ou o dióxido de azoto (NO2), um gás altamente tóxico, que resulta da queima de combustíveis fósseis a temperaturas elevadas, com origem, especialmente, no tráfego automóvel e no sector industrial, é um dos principais fatores a afetar as funções e o desenvolvimento pulmonar das crianças a curto prazo, tal como as partículas finas (PM2.5) a longo prazo. Em 2021, mais de 90% da população urbana na União Europeia esteve exposta a níveis perigosos destes poluentes.
A poluição do ar após o nascimento aumenta o risco de doenças como a asma, que afeta 9% das crianças e adolescentes na Europa, e o risco de algumas doenças crónicas ao longo da vida.
A AEA recomenda que até que a poluição do ar seja reduzida para níveis considerados seguros, a melhoria da qualidade do ar em locais como as escolas e jardins de infância pode ajudar a reduzir a exposição das crianças a essa poluição.
