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Partido da Liberdade e Solidariedade exige democracia na Turquia

Partido da Liberdade e Solidariedade, que integra o Partido da Esquerda Europeia, condena a tentativa de golpe e o facto de Erdogan o ter utilizado como forma de limitar a democracia.
Protestantes na Praça Taksim, em Istambul, com uma efígie do clérico muçulmano turco Fethullah Gulen, fundador do movimento Gulen, que foi acusado pelo presidente turco Tayyip Erdogan de ter orquestrado a tentativa de golpe. Foto de Sedat Suna/EPA/Lusa.

Em comunicado, o Partido da Liberdade e Solidariedade (ODP, a sigla em turco) afirma que “depois da tentativa de golpe, o governo de Erdogan e do AKP usou os sentimentos anti-golpe e a resistência da multidão em seu benefício para assegurar os seus interesses políticos. A multidão nas ruas foi mobilizada em torno de palavras de ordem obscurantistas e reacionários pelo governo do AKP”.

“É importante relembrar que o caos em que vivemos agora é a conclusão do trabalho sistemático do governo de Erdogan e do AKP, que tem governado o país com opressão e violência”, prossegue o ODP, que apresenta cinco exigências.

Em primeiro lugar, os responsáveis pela tentativa de golpe de Estado devem ter um julgamento justo e que Erdogan tem de parar de defender a reintrodução da pena de morte. “A responsabilidade de Erdogan e do AKP não é apoiar os fanáticos favoráveis à pena de morte, mas pará-los. A reintrodução da pena de morte significa um futuro mais escuro para a Turquia e não deve ser proposta ao parlamento”.

O ODP exige ainda que os ataques que estão a decorrer, e que têm como alvos os sectores progressistas da sociedade têm de ser imediatamente travados “O governo do AKP e Erdogan serão considerados responsáveis por cada ataque, por serem responsáveis pela mobilização de pessoas em torno de palavras de ordem reacionárias”.

Em quarto lugar, um assessor da presidência, num discurso recente, apelou a uma mudança na legislação que facilite o acesso à licença de porte de armas. “Esta proposta é pedir que surja uma guerra civil”, avisa o partido. Por último, o ODP quer que os responsáveis pela tentativa de golpe, assim como os responsáveis pelos casos de assassinatos e de assédio que têm ocorrido nas ruas sejam identificados, interrogados e julgados. “As detenções devem ser julgadas justamente em prol da defesa da lei e dos direitos humanos. Os vídeos e fotografias de torturas que têm origem em esquadras da polícia e que estão a ser divulgados ilegalmente têm de parar e os seus responsáveis devem ser julgados imediatamente”, conclui o comunicado.

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