“Em dois dias a Turquia viveu dois golpes de Estado”

17 de julho 2016 - 18:36

“Um mal sucedido e um bem-sucedido que está em curso com o presidente turco a concentrar poderes”, afirmou Catarina Martins, defendendo que a UE deve rever a sua posição com a Turquia e não pactuar com a liquidação da oposição e concentração de poderes de Erdogan.

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Catarina Martins numa arruada em Espinho. Foto de José Coelho, Lusa.

“Julgo que o que era pedido à União Europeia era que revisse a sua posição para com a Turquia. A defesa que há a fazer neste momento é a defesa da Democracia e não pactuarmos nem pelo silêncio, nem com o que Erdogan está a fazer para concentrar poderes e liquidar a oposição”, sublinhou a coordenadora do Bloco à margem de uma arruada em Espinho, no distrito de Aveiro.

Segundo Catarina Martins, a situação na Turquia é "muito preocupante": “Em dois dias a Turquia viveu dois golpes de Estado. Um mal sucedido e um bem-sucedido que está em curso com o presidente Erdogan a concentrar poderes, demitiu mais de 2.800 juízes, está a prender opositores, que não têm nenhuma relação com o golpe e condenaram o golpe de 15 de julho desde o primeiro momento, e está a ultrapassar todas as regras de alguma réstia de democracia na Turquia".

“Que a União Europeia continue a olhar para Erdogan e para a Turquia de Erdogan como um parceiro é ainda mais preocupante, tanto mais que sabemos que a União Europeia tem acordos com a Turquia, que está a financiar em milhares de milhões de euros o Estado turco para reter refugiados numa situação em que não há neste momento democracia, há só perseguição, demissões”, acrescentou a deputada.

Para Catarina Martins, “nenhum golpe de Estado faz sentido”: “O Bloco defende a democracia, não defende golpes de Estado, aliás é preciso dizer que a oposição moderada turca está contra os dois golpes de Estado e que tanto um como outro são de forças fanáticas antidemocráticas e mesmo com traços protofascistas na Turquia. Nunca o Bloco defenderia nenhum dos lados que querem acabar com a democracia. O que é preciso sim é defender a democracia”.