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Pandemia vai fazer diminuir nascimentos

Ao contrário do que se chegou a pensar, a pandemia vai trazer um adiamento dos nascimentos devido à incerteza dos tempos em que vivemos: pelo desemprego, instabilidade laboral e até por questões médicas, com medo dos efeitos da covid-19 em grávidas e bebés.
Nascimentos vão diminuir devido à pandemia
Foto de Clara María Inés | Flickr

O verdadeiro efeito da pandemia só se vai sentir em 2021, dado que só aí se vão conhecer os nascimentos dos bebés concebidos no início da pandemia, em março e abril, segundo o semanário Expresso, que aponta este efeito como contrário ao esperado devido ao medo e a incerteza trazida pela pandemia no que toca ao desemprego e à instabilidade laboral, mas também por medo e desconhecimento do impacto da covid-19 em bebés e grávidas.

Maria João Valente Rosa, demógrafa e professora na Universidade Nova de Lisboa, diz que “os reflexos não serão imediatos, mas 2020 trouxe um adiamento do projeto de ter filhos, que tem sido uma realidade muito forte nos últimos tempos. E essa será uma das marcas que a pandemia deverá deixar”.

Entre janeiro e novembro de 2020, os números de nascimentos ficaram abaixo do ano passado, menos 2340 recém-nascidos num total de 78.374, de acordo com dados do Instituto Dr. Ricardo Jorge.

O inquérito à fecundidade 2019 nota que uma das principais razões para a decisão de ter um filho é a estabilidade no emprego. Maria Filomena Mendes, também demógrafa, aponta que “ter um filho está dependente de várias circunstâncias, mas sobretudo do emprego. Havia a ideia de que poderia acontecer um baby boom devido ao confinamento, mas rapidamente se percebeu que as pessoas decidem ter filhos não com bases nas circunstâncias do momento, mas no que esperam da vida. E agora têm incerteza no horizonte”.

A população imigrante é responsável por 12% dos nascimentos em Portugal em 2019, segundo dados da Pordata para assinalar o Dia Internacional das Migrações.

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