O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OHCA) aponta que mais de 820 palestinianos na Cisjordânia ocupada foram deslocados desde 7 de outubro.
As restrições de acesso, normalmente impostas pelas autoridades israelitas, intensificaram-se em toda a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. Estas são particularmente graves em áreas próximas dos colonatos israelitas e na chamada “Zona de Costura”, a área palestiniana isolada pela barreira de 712 quilómetros de Israel na Cisjordânia.
Os colonos também impuseram restrições à movimentação, bloqueando estradas de acesso às comunidades palestinianas, limitando o seu acesso a serviços essenciais e meios de subsistência. Em alguns casos, os colonos também danificaram os recursos hídricos dos quais dependem as comunidades pastoris. Os serviços de assistência humanitária, incluindo saúde e educação, também tiveram de parar desde que as restrições se intensificaram, refere a OCHA.
A violência dos colonos israelitas aumentou significativamente, de uma média já elevada de três incidentes por dia em 2023 para sete por dia agora, avança a OCHA.
Desde 7 de outubro, o OCHA registou 171 ataques de colonos contra palestinianos, resultando em 26 incidentes diferentes com vítimas, danos em 115 propriedades palestinianas e cerca de 30 incidentes relatados, tanto de danos materiais como de vítimas. Os casos de assédio, invasão e intimidação não são incluídos nos relatórios, embora também aumentem a pressão sobre os palestinianos para abandonarem as suas terras, refere a OCHA.
O gabinete das Nações Unidas esclarece que, em quase metade dos casos, as forças de segurança israelitas “acompanharam ou apoiaram ativamente” os agressores.
Oito palestinianos foram mortos diretamente por colonos, até o final de outubro, observou a OCHA. Foram causados danos ou destruição a 24 estruturas residenciais, 40 estruturas utilizadas para agricultura, 67 veículos e mais de 400 árvores.
O Ministério da Saúde palestiniano refere que cerca de 130 palestinianos foram mortos na Cisjordânia por tiros de soldados ou colonos israelitas desde 7 de outubro.