Em dia de negociações entre médicos e Ministério da Saúde, Mariana Mortágua quis salientar a importância destas não só para estes trabalhadores mas também para os utentes e para o Serviço Nacional de Saúde em geral.
Numa visita ao mercado de Benfica esta manhã, a coordenadora do Bloco afirmou que “quem vai ao SNS sabe hoje que não há profissionais suficientes” para este “se manter aberto” e, assim sendo, é preciso “retê-los”, o que faz dando-lhes condições.
Para ela, os médicos e os profissionais que estão a negociar com o governo “estão a defender o SNS” e os seus utentes porque “só fixando profissionais e médicos nas urgências, nos hospitais, nos centros de saúde é que é possível ter um futuro”.
Deixou portanto um alerta ao governo que “até pode achar que consegue vencer os médicos pelo cansaço, que consegue vencer os médicos em simulacros de negociações, em negociações que não chegam a lado nenhum, mas não se vence os médicos”. Porque “se isso acontecer, quem perde é o país, quem perde é o SNS”, uma vez que “não há SNS sem profissionais”. Há que ter condições assim para que estes “não sejam obrigados a trabalhar três, quatro meses de horas extraordinárias por ano”. O executivo tem dito que “vão ter que o fazer para sempre e que se não o fizerem é responsabilidade deles aquilo que acontece no SNS” mas Mariana Mortágua contrapõe que “isto não se pede ninguém”. Até porque “quem tem que garantir condições para que o Serviço Nacional de Saúde possa funcionar com respeito pelos horários de trabalho é o ministro da Saúde”.
Para além das horas extraordinárias, salientou ainda a questão dos salários. Acredita que “os médicos do SNS estão a ser levados ou para o privado ou para a emigração porque os salários não lhes permitem ter uma vida em Portugal de acordo com as suas qualificações e com o seu esforço, e com as suas horas de trabalho”. Insistiu assim que se não houver aumento salarial e redução das horas “não haverá médicos no SNS”. Disso, e portanto destas negociações “depende o futuro do Serviço Nacional de Saúde. Se o Governo não encontra uma forma de fixar profissionais no Serviço Nacional de Saúde, não haverá Serviço Nacional de Saúde”.