O DN não saiu para as bancas por causa da greve dos jornalistas

15 de março 2024 - 10:58

Na redação do diário a adesão foi de “quase 100%”. Assim, o seu serviço noticioso nas plataformas digitais e redes sociais foi “perturbado” e a sua edição impressa não saiu. Também a agência Lusa parou por completo desde a meia noite de quinta-feira até ao fim da greve. Dois exemplos de uma jornada de luta considerada “histórica”.

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Edifício do Diário de Notícias. Foto de Lynx.

São apenas dois exemplos das várias redações que pararam nesta quinta-feira numa greve considerada histórica não só por ser a primeira em mais de 40 anos mas também pela sua dimensão. A agência Lusa, que fornece notícias aos órgãos de comunicação social portugueses e internacionais, paralisou por completo o serviço. O Diário de Notícias, por sua vez, não saiu para as bancas esta sexta-feira como resultado da paralisação.

Num curto texto publicado na sua página de Internet, o Diário de Notícias comunica que a realização da edição impressa deste diário foi impedida pela greve de jornalistas, pelo que este “não estará nas bancas” esta sexta-feira.

Ao mesmo tempo, a paralisação “perturbou todo o serviço noticioso nas diversas plataformas digitais do título e nas redes sociais”.

Informa-se ainda que esta greve “teve uma adesão próxima de 100% na redação do DN”, agradecendo-se “a todos os leitores do Diário de Notícias a compreensão para esta situação”.

Por seu turno, a agência noticiosa nacional comunicou que o serviço noticioso seria retomado à meia noite desta sexta-feira depois de ter comunicado que estava interrompido desde as 11.37 de quinta-feira e de não ter publicado nenhuma notícia desde a meia noite desse dia.

Também o Esquerda.net esteve solidário com a jornada de luta dos jornalistas e, durante toda a quinta-feira, apenas cobriu as concentrações e a greve dos jornalistas.

O Sindicato dos Jornalistas diz que se tratou de “um grito de alerta” em nome do jornalismo. E publicou uma vasta lista de mais de 40 redações que paralisaram total e de mais de uma dezena de outras que funcionaram limitadamente. A greve foi sentida assim, no total, em mais de 70 meios de comunicação social.

Os jornalistas destacaram ainda que os impactos da luta tinham já começado antes: “muitas chefias, preocupadas com a adesão, anteciparam dias de fecho de jornais, fizeram convites antecipados para programas, trocaram turnos para acautelar faltas de “prováveis” grevistas, ou reforçaram-nos para atenuar o impacto da paralisação, escrevem no seu comunicado.