O Chega convocou uma manifestação contra a imigração, associando a presença de imigrantes à insegurança. E na convocatória afirma que a imigração no nosso país, "juntamente com o aumento da criminalidade, confirmada pelos autarcas de Lisboa e Porto, tem preocupado os portugueses”. Só não diz é que essa “confirmação” dos autarcas foi prontamente desmentida pela Polícia de Segurança Pública. Segundo a PSP, a criminalidade violenta e grave diminuiu no último ano nas zonas da cidade que tinham sido referidas pelos autarcas de Lisboa e Porto. E no caso de Lisboa, a freguesia de Santa Maria Maior, no centro da cidade, viu descer também a criminalidade geral.
A imprensa tem dado conta das dificuldades de mobilização do partido de Ventura, com dirigentes do distrito do Porto a ameaçarem os órgãos concelhios com “consequências políticas” caso não consigam encher os autocarros que o partido vai fretar para trazer gratuitamente os apoiantes a Lisboa.
Até agora, o maior apoio à iniciativa tem vindo dos grupos neonazis como o 1143, de Mário Machado, ou o Reconquista, que organizou este fim de semana também em Lisboa uma “grande marcha pela remigração” que juntou apenas 30 elementos do grupo. A aposta nas marchas contra a imigração de Mário Machado não tem tido resultados muito diferentes, mas o líder do grupo, que já cumpriu penas de prisão pelos mais diversos crimes, diz que “a força e o impacto da estratégia metapolítica do 1143 é inegável” e o seu resultado foi que “o Chega é forçado a sair à rua”, desejando uma “forte adesão” à manifestação convocada por André Ventura.
Extrema-direita
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A reboque dos neonazis e indiferente aos dados que mostram como o aumento do número de imigrantes não correspondeu nem ao aumento da criminalidade nem ao da população imigrante detida, o líder do Chega pretende percorrer algumas das principais artérias de Lisboa com forte presença de população imigrante.
Segundo os dados divulgados pela Polícia Judiciária, este corpo policial deteve mais pessoas no ano passado do que em 2023, mas a percentagem de estrangeiros presos diminuiu, apesar de o número total de estrangeiros em Portugal ter aumentado no mesmo período.